quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Comunismo, desumano e contra-natura!!!



Lamentável retrato de um passado recente, lamentável e revoltante, pois no caso do Tibete ainda hoje subsiste o ataque a um povo em que a única culpa que lhes poderão imputar é fazerem pacatamente a sua vida, um povo cujo crime é o de serem um estandarte de paz e harmonia.

Aproveito para mais uma vez, deixar vincado o meu apoio incondicional à luta deste povo pelo seu direito à independência do seu território e sobretudo da sua crença, do seu legado cultural e espiritual, o qual, como adiante veremos está sob o fogo cerrado da mão criminosa do regime comunista chinês!

Aproveito para deixar uma questão, onde estão as instituições ditas de defesa dos direitos humanos, faço uma menção especial à ONU, na minha óptica o antro da hipocrisia, a fonte de todo o mal, organização branqueadora dos crimes contra a humanidade e das figuras que os promoveram.

Leiam e reflictam, sei que é revoltante e repugnante, mas não poderia deixar de divulgar estes crimes contra a humanidade.

Alexandre Sarmento

                                                                               


(...) em Janeiro de 1928, os habitantes de uma aldeia Estandarte Vermelho viram chegar uma tropa que arvorava a bandeira escarlate, juntaram-se entusiasticamente a um dos primeiros "sovietes" chineses, o de Hai-Lu-Feng, dirigido por P'eng P'ai. Os comunistas tiveram o cuidado de jogar com o equívoco, mas souberam colorir com o seu discurso os ódios locais, e finalmente, aproveitando a coerência da mensagem de que eram portadores, usá-los para os seus próprios fins, concedendo aos partidários neófitos a possibilidade de darem livre curso aos seus impulsos mais cruéis. Assistiu-se assim, quarenta ou cinquenta anos mais cedo, durante alguns meses de 1927-1928, a uma espécie de prefiguração dos piores momentos da Revolução Cultural ou do regime khmer vermelho. Desde 1922 que o movimento vinha a ser preparado por uma intensa agitação mantida pelos sindicatos camponeses criados pelo Partido Comunista, conduzindo a uma forte polarização entre "camponeses pobres" e "proprietários de terras", incansavelmente denunciados, embora nem os conflitos tradicionais e nem sequer as realidades sociais permitissem dar um particular destaque a esta divisão. Mas a anulação das dívidas e a abolição dos arrendamentos asseguravam ao soviete um vasto apoio. P'eng P'ai aproveitou a circunstância para pôr em vigor um regime de "terror democrático": o povo inteiro era convidado a assistir aos julgamentos públicos dos "contra-revolucionários", quase invariavelmente condenados à morte; participava nas execuções, gritando "mata, mata" aos Guardas Vermelhos que tratavam de cortar a vítima pedaço a pedaço, que por vezes cozinhavam e comiam, ou obrigavam a família do supliciado - que, ainda vivo, assistia a tudo - a comer; todos eram convidados para os banquetes em que se partilhava o coração ou o fígado do antigo proprietário, e para os comícios onde o orador discursava diante de uma fileira de estacas cada uma enfeitada com uma cabeça recentemente cortada. Este fascínio por um canibalismo de vingança, que iremos reencontrar no Camboja de Pol Pot e que responderia a um antiquíssimo arquétipo largamente espalhado pela Ásia Oriental, aparece frequentemente nos momentos paroxísticos da história chinesa. Assim, numa era de invasões estrangeiras, em 613, o imperador Yang (dinastia Suei) vingou-se de um rebelde perseguindo até os seus parentes mais afastados: "Os que foram mais duramente castigados sofreram o suplício do esquartejamento e da exposição da sua cabeça espetada numa vara, ou foram desmembrados, trespassados por flechas. O imperador intimou os grandes dignitários a comerem, pedaço a pedaço, a carne das vítimas". O grande escritor Lu Xun, admirador do comunismo numa altura em que este não rimava com nacionalismo nem com anti-ocidentalismo, escreveu: "Os Chineses são canibais"... Menos populares que estas orgias sangrentas eram as exacções que os Guardas Vermelhos de 1927 praticavam nos templos e contra os religiosos-feiticeiros taoístas: os fiéis pintavam os ídolos de vermelho, tentando preservá-los, e P'eng P'ai começava a beneficiar dos primeiros sinais de uma divinização. Cinquenta mil pessoas, entre as quais numerosos pobres, fugiram da região durante os quatro meses em que o soviete aí reinou.


P'eng P'ai (fuzilado em 1931) foi o verdadeiro promotor do comunismo rural e militarizado, solução imediatamente recuperada pelo quadro comunista até então um pouco marginal que era Mao Zedong (ele próprio de origem camponesa), e teorizada no seu célebre Relatório Sobre o Movimento Camponês no Hunan (1927). Esta alternativa ao movimento comunista operário e urbano, na altura em plena desagregação devido à repressão que sobre ele exercia o Kuomintang de Chiang Kai-chek, impôs-se rapidamente e conduziu, em 1928, à criação da primeira "base vermelha", nos montes Jinggang, na fronteira do Hunan com o Jiangxi. Foi no leste desta província que, a 7 de Novembro de 1931 (dia do aniversário do Outubro russo...), a consolidação e o alargamento da principal base permitiram a proclamação de uma República Chinesa dos Sovietes, cujo Conselho dos Comissários do Povo era presidido por Mao. Até à vitória de 1949, o comunismo chinês conhecerá numerosas metamorfoses e terríveis reveses, mas o modelo está definido: concentrar a dinâmica revolucionária na construção de um exército capaz, in fine, de derrotar o exército e o Estado "fantoches" inimigos - na ocorrência, o governo central de Nanquim, presidido por Chiang Kai-chek. Não espanta, pois, o facto de a dimensão militar e repressiva ser primordial, e fundadora, já na própria fase revolucionária: estamos aqui muito longe do primeiro bolchevismo russo, mas mais longe ainda do marxismo: será através do bolchevismo, reduzido a uma estratégia de tomada do poder e de reforço de um Estado nacional-revolucionário, que os fundadores do PCC, e em particular a sua "cabeça pensante", Li Dazhao, chegarão ao comunismo, em 1918-1919. Onde quer que o PCC triunfe, é o socialismo da caserna (e dos tribunais de excepção, e dos pelotões de fuzilamento) que se instala. P'eng P'ai, decididamente, tinha fornecido o modelo».

(...)Dificilmente se contestará que os Tibetanos vivem um drama desde a chegada do Exército Popular de Libertação, em 1950-1951. Mas não terá este drama sido muitas vezes agravado, com as inevitáveis variantes locais, pelo desprezo chinês por esses "selvagens atrasados" dos altos planaltos, o desprezo do conjunto dos habitantes da China Popular? Assim, de acordo com os adversários do regime, setenta mil tibetanos teriam morrido de fome entre 1959 e 1962-1963 (como noutras regiões isoladas, houve bolsas de fome que subsistiram por muito mais tempo). Isto representa 2% a 3% da população, ou seja, perdas proporcionalmente bastante inferiores às sofridas pelo país no seu conjunto. É verdade que um estudo recente de Becker refere números muito mais elevados, chegando aos 50% de mortos no distrito natal do Dalai-Lama, no Qinghai. Entre 1965 e 1970, as famílias foram coercivamente agrupadas em comunas populares militarmente organizadas - como noutros sítios, e um pouco mais tardiamente. A vontade de produzir a todo o custo os mesmos "grandes" cereais que na China propriamente dita levou à tomada de medidas absurdas, responsáveis pela fome, como obras de irrigação e construção de socalcos mal concebidos, a supressão do pousio, indispensável nos solos pobres e não adubados, a substituição sistemática da cevada rústica, capaz de suportar o frio e a seca, pelo trigo, muito mais frágil, ou a limitação das pastagens dos iaques: muitos destes animais morreram, e os Tibetanos deixaram de ter lacticínios (a manteiga é um elemento fundamental da sua alimentação) e novas peles com que cobrir as suas tendas no Inverno - alguns morreram de frio. Parece igualmente que, como noutros lugares, as entregas obrigatórias foram excessivas. As únicas dificuldades verdadeiramente específicas foram a instalação de dezenas de milhares de colonos chineses, a partir de 1953, no Tibete Oriental (Sichuan), onde beneficiaram de uma parte das terras colectivizadas, a presença na Região Autónoma de cerca de trezentos mil chineses da maioria Han, dos quais duzentos mil militares, que era preciso alimentar, e o adiamento para 1965 das medidas de libertação rural implementadas por Liu Shaoqi nas outras províncias em 1962 e simbolizadas no Tibete pelo slogan: "Uma parcela de terra, um iaque".


O Tibete também não foi poupado pela Revolução Cultural. Em Julho de 1966, os Guardas Vermelhos (entre os quais alguns tibetanos, o que destrói o mito unanimista mantido pelos partidários do Dalai-Lama) revistam casas particulares e substituem nos altares os Budas por retratos de Mao Zedong; submetem os monges a essas "sessões de luta" contínuas de que nem sempre se sai vivo; sobretudo, encarniçam-se contra os templos, incluindo os mais famosos: Zhou Enlai tem de mandar soldados para proteger o Potala de Lhasa (antiga residência do "deus vivo"). O saque do mosteiro de Jokhang, em Lhasa, repete-se em milhares de outros exemplos; segundo o testemunho de um monge: "Havia várias centenas de capelas. Só duas foram poupadas. Todas as outras foram pilhadas e profanadas. Todas as imagens, textos sagrados e objectos rituais foram destruídos ou levados... Só a estátua de Sakyamuni, à entrada do Jokhang, foi poupada pelos Guardas Vermelhos, porque [...] simbolizava os laços entre a China e o Tibete. As destruições duraram mais de uma semana. Depois de tudo isto, o Jokhang foi transformado em caserna para os soldados chineses... Uma outra parte [...] foi transformada em matadouro". Considerando o peso da religião na sociedade tibetana, estas exacções típicas do período foram evidentemente ainda mais duramente sentidas do que noutros lugares. Parece também que o exército, menos ligado à população local, apoiou aqui mais decididamente os Guardas Vermelhos, pelo menos quando lhes era oposta resistência. No entanto, também neste caso, as grandes matanças ocorreram no fim do movimento, em 1968, quer nas batalhas entre grupos maoístas (centenas de mortos em Lhasa, em Janeiro), ou, sobretudo, durante o Verão, quando o exército impôs a formação de um Comité Revolucionário por ele dirigido. Houve assim, no total, talvez mais chineses do que tibetanos mortos no decurso da Revolução Cultural.


Para o Tibete, no entanto, os piores anos foram, de longe, os que tinham começado com a chegada das tropas chineses e culminado, em 1959, com a colectivização forçada (três anos depois da China), a insurreição que se seguiu, a brutal repressão que a esmagou e a fuga para a Índia do Dalai-Lama (soberano temporal e espiritual), acompanhado por cem mil pessoas, em que se incluía uma larga parte da elite culta do país. Ainda que os anos cinquenta não tenham tido na China propriamente dita nada de cor-de-rosa, o poder deu mostras no alto planalto de uma violência extrema, destinada a impor simultaneamente o comunismo e o domínio chinês a uma população ferozmente independente, em parte semi-nómada (cerca de 40% dos habitantes), em parte ligada aos mosteiros. A situação torna-se ainda mais tensa com a colectivização, em meados da década. E, ao levantamento dos guerrilheiros de Khampa, o exército responde com atrocidades absolutamente desproporcionadas. Mas já quando dos festejos do Ano Novo tibetano, em 1956, o grande mosteiro de Chode Gaden Phendeling, em Batang, tinha sido destruído por um bombardeamento aéreo, em que pelo menos dois mil monges e peregrinos foram mortos.

A litania das atrocidades é sinistra, e muitas vezes inverificável. Mas a concordância dos testemunhos é tal que o Dalai-Lama declarou, não sem razão, a propósito desta época: "[Os Tibetanos] não foram apenas fuzilados, foram espancados até à morte, crucificados, queimados vivos, afogados, mutilados, esfomeados, estrangulados, enforcados, cozidos em água a ferver, enterrados vivos, esquartelados ou decapitados". O momento mais sombrio é sem contestação o ano de 1959, o da grande insurreição do Kham (Tibete Oriental), que acabou por alastrar a Lhasa. É impossível destrinçar o que foi reacção às comunas populares e ao Grande Salto, o que foi mobilização espontânea contra vários anos de exacções e o que se deveu à infiltração maciça, por parte da CIA, dos guerrilheiros Khampa, previamente treinados nas práticas da guerrilha em bases de Guam e do Colorado. A população civil, que parece em todo o caso simpatizar com os insurrectos e aceitar escondê-los no seu seio, sofrerá como eles os bombardeamentos maciços do exército chinês; os feridos, deixados sem tratamento, eram por vezes enterrados vivos ou acabavam devorados pelos cães vadios - o que também explica o elevado número de suicídios entre os vencidos. Lhasa, bastião de 20 000 tibetanos muitas vezes armados de mosquetes e sabres, foi retomada a 22 de Março, ao preço de 2000 a 10 000 mortos e destruições importantes infligidas ao templo de Ramoche e ao próprio Potala, escolhidos como alvos. O dirigente tibetano e uma centena de milhares dos seus compatriotas fugiram para a Índia. Houve pelo menos mais uma grande revolta em Lhasa, em 1969, afogada num banho de sangue. E a guerrilha Khampa reacendeu-se então até 1972. O ciclo de revoltas-violências-novas revoltas recomeçou, pelo menos em Lhasa, a partir de Outubro de 1987, ao ponto de, em Março de 1989, ter sido declarada a lei marcial: a capital tibetana acabava de assistir a três dias de motins claramente independentistas, acompanhados por progroms antichineses. As violências teriam feito mais de 600 vítimas em dezoito meses, segundo o general Zhang Shaosong. A despeito de alguns excessos inaceitáveis, especialmente contra monjas em cativeiro, é todavia claro que os métodos chineses mudaram: já não se pode falar de matanças. Mas, no total, poucas famílias tibetanas não ficaram com pelo menos um drama íntimo para contar.


A maior tragédia do Tibete contemporâneo foi a das centenas de milhares de internados - talvez um tibetano em cada dez, no total - dos anos cinquenta e sessenta. Parece que muito poucos (há quem fale de 2%) escaparam vivos dos 166 campos recenseados, a maior parte no Tibete e nas províncias vizinhas: os serviços do Dalai-Lama referiram, em 1984, 173 000 mortos em cativeiro. Comunidades monásticas inteiras foram enviadas para as minas de carvão. As condições de detenção - fome, frio, calor extremo - parecem ter sido, no seu conjunto, terríveis, e fala-se tanto de execuções de detidos que se recusavam a denunciar a ideia de um Tibete independente como de casos de canibalismo entre os prisioneiros quando da fome do Grande Salto. Tudo se passa como se os Tibetanos, entre os quais um quarto dos homens adultos são lamas, constituíssem uma população de suspeitos: um adulto em cada seis, aproximadamente, foi classificado como direitista, contra um em vinte na China. Na região tibetana das planícies, no Sichuan, onde Mao pudera reabastecer-se quando da Longa Marcha, dois homens em cada três são presos nos anos cinquenta, só vindo a ser libertados em 1964 ou 1977. O Panchen-Lama, o segundo mais alto dignitário do budismo tibetano, ousa protestar junto de Mao, num relatório de 1962, contra a fome e a repressão que dizimam os seus compatriotas. Em reposta, é atirado para a prisão e depois colocado em regime de residência fixa, até 1977; o "veredicto" que o condena é anulado em 1988.


Se nenhum argumento convincente permite pensar que os Chineses planearam o genocídio físico dos Tibetanos, o facto é que tentaram incontestavelmente o genocídio cultural. Os templos, já o dissemos, foram as suas vítimas preferidas: na esteira da Revolução Cultural, apenas 13 dos 6259 locais de culto tibetano continuavam a funcionar. Dos outros, os mais favorecidos foram transformados em casernas, em hangares ou em centros de detenção: apesar das enormes depredações, conseguiram sobreviver e alguns deles estão hoje reabertos. Mas muitos foram totalmente arrasados, e os seus tesouros - manuscritos seculares, frescos, thanka (pinturas), estátuas, etc. - destruídos ou roubados, sobretudo quando continham metais preciosos. Uma fundição de Penquim recuperou 600 toneladas de esculturas tibetanas até 1973. Em 1983, uma missão oriunda de Lhassa encontrou na capital chinesa 32 toneladas de relíquias tibetanas, que incluíam 13 537 estátuas e estatuetas. O esforço de erradicação do budismo foi acompanhado por uma tentativa de impor nomes chineses aos recém-nascidos tibetanos, e, até 1979, de escolarizar as crianças em mandarim; numa espécie de recordação tardia - e mal situada - da revolução antimanchu de 1911, os Guardas Vermelhos puseram-se a cortar as tranças dos Tibetanos dos dois sexos; tentaram igualmente impor as normas vestimentares na altura na moda entre os Han.

As mortes violentas foram sem dúvida, em proporção, mais numerosas no Tibete do que em qualquer outro território do conjunto chinês. É no entanto difícil levar inteiramente a sério os números divulgados pelo governo tibetano no exílio em 1984: 1 200 000 vítimas, ou seja, aproximadamente um tibetano em cada quatro. Anunciar 432 000 mortos em combate parece particularmente pouco verosímil. Mas é lícito falar de matanças genocidárias: pelo número de mortos, pelo pouco caso feito dos civis e prisioneiros, pela regularidade das atrocidades. A população da Região Autónoma baixou de 2,8 milhões de habitantes em 1953 para 2,5 milhões em 1964; tendo em conta o número de exilados e a taxa de natalidade (também ela incerta), isto poderia representar cerca de 800 000 "mortos a mais", ou seja, uma taxa de perdas semelhante à do Camboja dos Khmers Vermelhos. O facto de, nestas condições, se manifestar tão frequentemente nas mulheres tibetanas o medo de um aborto ou da esterilização forçados quando da mais pequena estada num hospital é tanto um indício suplementar de um sentimento de extrema insegurança como o efeito de práticas rudemente anti-natalistas (recentemente alinhadas pelas que se encontram em vigor entre a maioria Han e das quais as minorias estiveram durante muito tempo dispensadas). Diz-se que o secretário-geral do PCC, de visita a Lhasa em 1980, chorou de vergonha diante de tanta miséria, tanta discriminação, tanta segregação entre Han e Tibetanos, e falou de colonização "em estado puro". Os Tibetanos, durante muito tempo esquecidos no seu país de neve e de deuses, têm a infelicidade de viver numa zona eminentemente estratégica, em pleno coração da Ásia. Esperemos que não tenham de pagá-lo com o seu desaparecimento físico, felizmente improvável, nem com a perda da sua alma.

Jean-Louis Margolin  («O Livro Negro do Comunismo»).

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