quinta-feira, 10 de junho de 2021

Dia de um Portugal envergonhado.

 



Mais um 10 de Junho se passou, o circo demagógico e populista pós 25 de Abril continua, nada muda, nada se altera.                                                                                

A democracia e a liberdade continuam a ser palavra de ordem, as assimetrias vão-se exponenciando, a pobreza e a exclusão social são imagem de marca, os escândalos multiplicam-se, temos cada vez mais ricos e ao mesmo tempo assistimos a uma escalada da miséria e da fome.

Dia de Portugal e das Comunidades, dia de qual Portugal, daquele Portugal que ainda subsiste na memória de muitos, o Portugal glorioso de outros tempos, o Portugal que foi e é ainda hoje motivo de orgulho para muitos, o Portugal do Império, o Portugal que se estendia pelos quatro cantos do mundo, o Portugal que foi o exemplo, aquele Portugal vanguardista e respeitado por todos.

Festejamos ou celebramos o quê afinal?

O dia de Camões, o Camões figura maior da literatura e cultura portuguesas, ou o esquecido, o Camões devassado por um "aborto ortográfico", fabricado por gente que envergonha os portugueses, adulterando a língua mãe, adaptando o português, submetendo-o aos interesses maçónicos dos utilizadores do dialecto brasileiro, não faz sentido, em Portugal fala-se e escreve-se em português, quanto ao Brasil, tanto me faz que falem brasileirês ou outro dialecto qualquer, em Portugal sou orgulhosamente português, falo e escrevo em português e tenho enorme orgulho nesse facto.

Tal como e muito bem o afirmou o nosso grande Pessoa, "a minha pátria é a língua portuguesa", sim, a língua portuguesa, não os dialectos importados, não o português amputado e aligeirado, prostituído aos interesses dos negócios das grandes editoras ou no limite ao serviço de interesses políticos, mas nunca no interesse da Nação.

Poderemos falar de identidade, pois, de facto é motivo de orgulho para muitos de nós, o caricato é assistirmos ao discurso de papagaios que mais não são do que caciques ao serviço do globalismo, fazem parte de um grupo que se dedica a apagar a nossa matriz cultural, religiosa e étnica. Estamos portanto a assistir à morte lenta de uma civilização, a nossa e a europeia, estamos a ser anulados cultural, racial e religiosamente, tudo feito às claras, e nós apenas assistimos sem reclamar, sem nos insurgirmos, a caminho de uma sociedade amorfa e desidentificada, sem passado e pior, sem futuro!!!

Quanto às Comunidades, pergunto, quais?

As comunidades portuguesas que vivem além-mar, só se for mesmo dessas, pois por cá assistimos à implantação de comunidades que nada têm em comum connosco, asiáticos, hindus, africanos, gente que em nada nos beneficia, em nada contribui para o bem estar social ou sequer contribui, têm direitos e benefícios aos quais os portugueses verdadeiros não têm acesso, mordomias várias, apoios, habitação, gente com muitos direitos e com muito poucos deveres, uma inversão da ordem natural.

Por tudo isso, pergunto, festejar o 10 de Junho por que razão, festejamos a morte lenta, festejamos a miscigenação, festejamos a anulação de tudo aquilo que nos caracterizou no passado, festejamos envergonhados pelas conquistas e grandiosidade de outrora, festejamos o termos vergonha de ser portugueses, essa é a verdade.

Dia de Portugal é todos o dias, dia de Portugal é quando os Portugueses honram o seu passado, se orgulham dele e do sangue, suor e lágrimas derramados pelos nossos ancestrais, tudo o resto não faz sentido.

Viva Portugal.

Vivam os portugueses.

Alexandre Sarmento


domingo, 6 de junho de 2021

Manipulados e obedientes...

 


"O nosso problema não é a desobediência civil. O nosso problema é a obediência civil. 
As pessoas obedecem às imposições dos seus dirigentes(...) e esquecem a pobreza, a fome, a guerra e a crueldade.
Enquanto obedecemos, as nossas prisões estão cheias de pequenos ladrões, enquanto os os grandes bandidos estão à frente do país.
A obediência é o nosso problema"

Howard Zinn




"As eleições são paródias em que se servem de grandes palavras; 
democracia, povo, nação, republica, soberania, 
mas que oculta mal o cinismo dos governantes: 
trata-se para eles de instalar e de manter viva uma tirania soft que pretende produzir um homem unidimensional, 
o consumidor entorpecido e alienado como nunca outra ditadura ousara conseguir."

Michel Onfray






sábado, 5 de junho de 2021

Goa, o jogo de bastidores, a traição.

 


Como sempre mais uma facada nas costas por parte dos nossos "amigos", desta vez os amigos americanos...

«Lisboa, 31 de Maio [de 1962] - Demorada conversa com Jorge Jardim, chegado de Goa. Súmula do que me disse: há em Goa um espírito de resistência ao ocupante; entre a oficialidade portuguesa que esteve em Goa, é hostil ao governo o estado de espírito; entre a população goesa está criado um sebastianismo que anseia por um regresso dos portugueses; os oficiais superiores indianos confessaram o seu espanto perante o carácter não-indiano de Goa e o seu elevado grau de autonomia; e o Patriarca José Alvernaz recusou-se a reconhecer a ocupação indiana, mantendo hasteada no seu paço a bandeira portuguesa e negando-se a cumprimentar as autoridades indianas.

(...) Lisboa, 6 de Março [de 1966] - Domingo. Sol grande, reflectindo no rio e na ponte em construção uma luminosidade quente. Percorri um grosso volume: "Survey of International Affairs", referente a 1961. Debrucei-me sobre o capítulo relativo à política externa indiana e à anexação de Goa. Assunto é tratado de forma desenvolvida, e apresentado sem grande simpatia pelo ponto de vista português; há omissões, e importantes; mas não se revela tão-pouco simpatia pelo ponto de vista indiano. Mais uma vez se suscita no meu espírito esta pergunta: qual foi exactamente o papel dos Estados Unidos no caso de Goa? Deram a luz verde a Nehru, sem dúvida alguma, porque podiam ter travado o indiano se o houvessem querido, e isso sem ofensa de interesses americanos de monta. Mas por que procederam assim? O seu anticolonialismo, o seu fascínio pela Índia, o seu desejo de assegurar o mercado indiano - tudo isto conduziu à atitude assumida por Washington. Passados quase cinco anos, porém, penso que se deveria ajuntar uma outra razão: a Kennedy terá ocorrido que, com a perda de Goa, cairia o governo de Salazar em Lisboa: e como Salazar, na questão de África e na base dos Açores, já se mostrara um aliado muito duro, haverá Kennedy também julgado que daquela maneira se desembaraçaria de um sujeito incómodo. Falhara o golpe de Botelho Moniz de Abril de 1961, inteiramente pró-americano, senão inspirado pelos Estados Unidos; e o que não se conseguira com uma revolução interna, que falhara, poderia acaso obter-se com um desastre externo. Goa era ponto ideal para o tentar. Será isto? De momento, nada disto se pode provar (...).

(...) Lisboa, 10 de Abril [de 1966] - (...) Parece que há em Salazar uma tendência inata que o leva a não ver o mal, a não acreditar no pior, e não prever actos imorais ou torpes dos outros. Lembro-me de que, perante os preparativos da agressão contra Goa, Salazar nunca acreditou que Nehru avançasse: só viu essa realidade dois ou três dias antes de o facto se produzir. E em princípio Salazar tinha razão: na lógica pacifista de Nehru, foi um erro a anexação violenta de Goa, como aliás o admitiu depois.

(...) Lisboa, 19 de Janeiro [de 1967] - Fui de manhã à Assembleia Nacional fazer longa exposição aos deputados, com um longo período de respostas. Sensacional: Goa, Damão e Diu rejeitaram, por substancial maioria, a integração na União Indiana. E disse-se, e ainda se diz, que não havia portuguesismo em Goa.

(...) Lisboa, 13 de Abril [de 1968] - Levo ao chefe do governo o II volume do Livro Branco sobre Goa. Ficou satisfeito sem ambages. Goa permanece, de todas as questões que tem tratado, nos seus quarenta anos de governo, a que mais tocou e afectou, e que mais o feriu, e a chaga mantém-se, como mortificação constante. Salazar folheou o volume, com interesse e pormenor, e releu imediatamente muitos documentos de há anos. Incuráveis permanecem o desespero e a angústia que sente por não se haverem batido as nossas tropas. "Quanto à campanha diplomática", e Salazar lançou-se numa evocação que ainda o agita, "fomos brilhantes, fomos primorosos, e não se podia ter trabalhado mais nem trabalhado melhor. Mas o governo aqui tem uma culpa gravíssima, uma responsabilidade histórica: a de não ter substituído a tempo o general Vassalo e Silva, reconhecendo que não estava à altura dos seus antepassados, um Albuquerque, um D. João de Castro". Salazar repassa de mal contida emoção as suas palavras, e revive os momentos dramáticos de há seis e sete anos: está sendo obviamente sincero e leal perante si mesmo. Continua: "O ministério do Ultramar devia ter visto isso, e o ministério do Exército devia ter avisado o Ultramar. Com meses de antecedência soubemos que Goa ia ser invadida. Tivemos imenso tempo para substituir aquele homem, e mandar para Goa alguém que soubesse bater-se e morrer se necessário. Assim foi uma desgraça, e o Vassalo e Silva cometeu um crime histórico. Quando mandei o telegrama impondo o sacrifício supremo, pensei que me dirigia a um homem da estirpe dos antigos. Mas não: era um simples, um tipo que gostava de passar a vida a indicar como se faziam telhados. Não estava à altura do meu telegrama". Depois, Salazar torna-se sardónico: "Mas que quer o senhor? A Defesa escolhe os nossos guerreiros pela escala de antiguidade, como se fazer a guerra fosse uma simples actividade burocrática ou académica! Assim nada feito". E remata com saudade, desespero, amargura: "E eu estou convencido de que se as nossas tropas tivessem resistido oito ou dez dias, ainda hoje tínhamos Goa". Ao dizer tudo isto - e sou rigoroso nos termos - Salazar tinha o rosto transtornado, os olhos embaciados e vidrados, a voz quase roufenha. Será possível que consiga isto por simples acto de vontade, e estivesse a representar? Para quê? Para quem?».

Franco Nogueira («Um Político Confessa-se»).

quinta-feira, 3 de junho de 2021

A caminho do gulag global.

 

Falando verdade, estamos a vivenciar o início de uma nova URSS, a verdadeira face do projecto europeu, também ele parte de um projecto global, começa a ser visível, começamos a entender aquilo que realmente se passa à nossa volta, o sistema já não oculta, já não tem a necessidade de esconder a verdade da população.

Reflictamos sobre a vergonha daquilo que foi a votação sobre a censura, sobre o verdadeiro lápis azul, o tal lápis azul que se ouviu nas palavras de ordem de um bando de supostos bandalhos democratas quando se referiam ao regime do Estado Novo, o regime de Salazar.

Na verdade, o sistema blindou-se, é um facto, é evidente, não há uma só força política com assento parlamentar que defenda os interesses da população, desta vez foi o cercear do nosso direito à liberdade de expressão, aliás, direito consagrado na Constituição da Republica Portuguesa, ao que parece, aliás, não parece, é mesmo, todos os deputados presentes na Assembleia da Republica votaram ou a favor da censura, ou se abstiveram!!!!

Ficou bem patente, ficou esclarecido o assunto, na verdade vivemos num regime de partido único, uma espécie de partido arco-íris, uma espécie de liga LGBTI da política, uma promiscuidade, uma espécie politburo travestido com cores democráticas.

O mais grave é hoje não sabermos quem são e onde se encontram os bufos, os censores, os delatores e quais as regras ou directivas sobre as quais baseiam a sua acção, na verdade e não distará muito da verdade, servem o sistema, ocultando tudo o que desmonte a farsa e calando todas as vozes discordantes, calando todas as críticas, manipulando a informação, modelando assim a opinião pública, manipulando a população em geral, desinformando, actuando à vontade, sem que haja direito ao contraditório, sem direito a argumentação por parte daqueles que de alguma forma se possam opor às atrocidades e atropelos ao interesse da nação perpetrados pelo sistema.

Estamos a assistir a um violento ataque ao Estado de Direito, um ataque à liberdade de expressão e liberdade de pensamento, estamos a viver num regime comunista, já nos tinham roubado o direito à propriedade privada, e desta vez estão a tentar condicionar o livre pensamento, falam-nos de liberdade e de democracia, mas a imagem que me ocorre é mesmo a dos Gulags, da tortura e das valas comuns na antiga URSS, estamos a viver aquele regime castrador de todas as liberdades, o regime de Gramsci, de Estaline, Pol Pot, Mao e de tantas outras figuras infelizmente conhecidas pelo rasto de morte e sofrimento causados a centenas de milhões de seres humanos.

Se isto é normal, claro que não, na minha opinião, há várias razões, uma delas, a apatia da população em geral relativa ao meio em que se insere, a falta de livre pensamento, falta de autonomia de pensamento, a falta de cultura. Na verdade, o grande problema reside na ignorância das massas, o resultado do tal processo de democratização, democratização é imbecilização e manipulação das massas.

Toleramos demasiado, aos poucos vamos abrindo mão dos nossos direitos, liberdades e garantias, vamos abrindo mão daquilo que demorou décadas, séculos ou mesmo milénios a conquistar, conformamo-nos com tudo aquilo que aos poucos nos vão impondo, tudo permitimos, muitas vezes por ignorância pela estupidez da ideologia. Vão alinhando com os seus próprios algozes, não se dando conta da realidade, aliás, quando derem conta, será tarde de mais. O sistema em vez de nos tratar de forma igual, está a tornar-nos todos iguais, massa amorfa e sem capacidade de reacção, uma sociedade em que todos aqueles que se insurgem, reagem e lutam são apelidados de fascistas, criminosos e de outros epítetos que me escuso enumerar por razões óbvias.

O grande problema deste e de outros povos é o terem-se rendido ao materialismo, ao conforto da tecnologia, são dominados, são manipulados e nem sequer se preocupam em buscar informação fidedigna, não leem, ou quando leem , não compreendem o que leem, não dialogam, e muitos deles não têm capacidade, nem para elaborar um discurso coerente e muito menos compreender algo que vá além do trivial, além da conversa de mesa de café. Nada sabem de História, nada sabem de Filosofia, nada sabem de Política, na verdade temos uma miríade de ignorantes diplomados, uma miríade de felizes auto-imbecilizados, uma miríade de gente que vive feliz na sua realidade virtual, gente que na verdade não vive, apenas existe! Uma espécie de gado, comem, dormem, reproduzem-se, geram impostos e apenas existem, porque sim, nada mais. Depois de esgotado o seu tempo de vida útil o sistema se encarregará de os reciclar, é este o triste retrato da sociedade dita moderna na qual hoje vivemos. Uma sociedade desumanizada, uma sociedade sem laços, uma sociedade em que o Partido ou o clube de futebol se sobrepõe à família, à tribo, ao clã e à Nação.

Não esquecer que há sempre uma factura a pagar, e neste caso a factura será a escravatura por parte de um sistema no qual somos só e apenas dados estatísticos, artigos com prazo de validade, descartáveis, submissos aos interesse de uma elite e de governantes corruptos ao serviço dessa mesma elite, na verdade vivemos num campo de concentração global, Existimos para servir e para consumir, nada mais. Esquecemos o real, o essencial, vivemos uma vida aparente e virtual, vivemos felizes a nossa própria infelicidade, estamos inibidos de ir mais além, estamos inibidos de criar, estamos inibidos de fugir ao estalão que nos é imposto pelo sistema desde tenra idade, sem que demos conta disso. Os nossos filhos já não nos pertencem, apenas temos a obrigação de os criar, o resto é tudo fruto do sistema, desde que entram num infantário começa a castração mental, começa o fim da família, começam a desvanecer-se os laços com os nossos semelhantes, começa a fase de programação mental dos futuros autómatos humanos.

Muito mais haveria a dizer, mas já me alonguei um pouco, a escrita para mim é como as cerejas, depois de começar..., já me conhecem, reflictam um pouco, estamos na hora do despertar, estamos a tempo de inflectir, de quebrar o sistema, aliás, temos essa obrigação! Caso não o façamos, estaremos a condenar as gerações vindouras a uma vil escravatura, estaremos a por em risco todo o futuro da humanidade, não podemos deixar esquecer aquilo que fomos no passado, como evoluímos e como fomos apurando as nossas capacidades, sobretudo a forma como nos fomos tornando mais civilizados e humanos, como interagimos apesar de diferenças, culturais, crenças, cor de pele, religião ou outras quaisquer.

Alexandre Sarmento

O Elogio da Ignorância.

«Infelizmente, não há fome de saber como há fome de alimentos, e ao contrário do esfomeado que até ao último alento ainda procura a nutrição...