segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Um país de faz de conta

Abandonámos os guardas florestais, abandonámos os cantoneiros, abandonámos os guarda-rios!
Acabámos com a via férrea no interior, acabámos ou abandonamos as estradas nacionais em detrimento da auto-estradas portajadas, temos pontes, monumentos e espaços de interesse social e de lazer ao abandono.
Temos as matas nacionais sem a devida protecção e limpeza, temos as linhas de água completamente obstruídas por falta de limpeza, temos uma população abandonada e sem cuidados de saúde, transportes, sem acesso a cultura e sem cuidados atempados em caso de necessidade, temos portanto um Portugal profundo completamente abandonado à sua sorte, apenas temos deveres, apenas temos a obrigação de contribuir para direitos de outrém, direitos aos quais nós os habitantes do interior nem sequer sentem o cheiro!
Transportes públicos, educação, hospitais, que também pagamos como qualquer outro português, mas aos quais não temos acesso, será isto a tão propalada descentralização, recordando eu que na minha meninice havia um hospital em cada concelho, pelo menos uma escola por freguesia, transportes públicos dignos desse nome, e pelo que vejo havia também melhor protecção social, tínhamos sem dúvida uma sociedade mais justa, uma sociedade verdadeira, o que me custa é ouvir dizer que hoje é que temos um país evoluído e mais justo, mas evoluído como, mais justo porquê?
Tivemos infelizmente o caso dos brutais incêndios do ano passado, pergunto eu, será que as verdadeiras vítimas desse flagelo foram devidamente acompanhadas e ajudadas, claro que não, houve efectivamente ajudas para uns poucos, os do costume, os habituais comensais, os boys do sistema, reitero, ainda hoje depois de tanto tempo volvido um grande número de aldeias e seus habitantes à espera da tão propalada ajuda, vivemos um estado de faz de conta, um estado em que o importante é ficar bem na fotografia, temos portanto um governo de fantoches, um governo que governa para uma pquena minoria, um governo que pugna por colocar na mão dos seus cumplices os milhões que nos saca diariamente na farsa de obras públicas e negócios milionários, relembro as famosas PPP, e venda encapotada de interesses estratégicos nacionais.
Em suma e para terminar, estamos muito pior do que estávamos há décadas, temos muito menos direitos do que tínhamos há 40 anos, e pior, estamos hoje completamente empenhados, endividados para muitas décadas ou gerações, é hora de apurar responsabilidades, é hora de fazer justiça, é hora de dizer basta, é falar verdade e assacar responsabilidades a todos aqueles que se beneficiaram de forma fraudulenta, é hora de pedir responsabilidades aos nossos governantes.
Portugal não é só Lisboa, Portugal não é só capital!!!
Arrisco mesmo dizer, se isto é uma democracia, venha lá então uma ditadura!!!
Portanto, não há que admirar quando calamidades acontecem, nada funciona, os milhões que pagamos ficam pelo caminho, ou melhor pelos bolsos dos amigos dos nossos governantes...
...e nós pagamos e não bufamos!!!!

Alexandre Sarmento


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