sábado, 25 de abril de 2020

Antes e depois de Abril...a tal liberdade!!!


Como creio ser este o momento adequado para o fazer, eis uma pequena analogia entre o Portugal e o povo que tínhamos antes de Abril e aquele que passámos a ser depois dessa data...

Todos sabemos que tivemos no passado algumas horas complicadas em que perdemos a soberania e a independência como país, fomos atacados por toda a espécie de inimigos, algumas vezes por amigos, mas nunca no passado o havíamos sido pela nossa própria mão, pois foi isso que aconteceu na data maldita, em que um punhado de traidores, um punhado de mercenários que faltando ao juramento de defenderem o país e a nação, se venderam por muito pouco, destruíram o esforço de nove séculos, do sangue, suor e lágrimas derramados pelos nossos ancestrais, por uma questão de enriquecimento pessoal no caso de alguns, ou por questões meramente corporativas ou vaidades pessoais, traíram e mataram o sonho do nosso V Império, mataram sobretudo a vontade civilizadora, mataram um verdadeiro processo que abriria as portas para um verdadeiro bem estar global!!!

Pois, ponho a questão desta forma, que outro povo, que outra nação a nível do planeta conseguiu promover uma sociedade pluri-étnica, pluri-cultural, pluri-religiosa, tal como nós o fizemos, relembro especialmente o caso de Angola e Moçambique, referências em termos de desenvolvimento no continente africano, países nos quais promovemos uma sociedade funcional sem que o estigma da cor da pele, a religião, a cultura fossem pontos de discórdia, factores de atrito, tivemos efectivamente o exemplo de uma sociedade senão perfeita, uma sociedade funcional e muito próximo da sociedade modelo.



                                                             Lourenço Marques 1970
Políticos têm de dar mais atenção aos pobres em Angola e ...
                                                

                                                        Moçambique actualmente

Faltou-nos algo, o factor tempo, o tempo que confirmaria o quão correcto estaria a ser o processo civilizador de cinco séculos, em que nunca fomos verdadeiros colonizadores, fomos sim portadores de boa vontade e conhecimentos, portadores de humanidade, portadores de boas práticas e regras de boa convivência, os resultados estão à vista, basta olharmos para os territórios que deixámos para trás e as gentes que abandonámos, que deixámos à mercê de ditadores e dos interesses das grandes corporações internacionais, em suma, alguém lucrou com o negócio da escravização de muitos milhões de portugueses autóctones desses mesmos territórios, gente que além de ter assistido a um verdadeiro genocídio, viu serem saqueados todos os recursos naturais dos seus territórios, os minerais, o petróleo, a madeira...pergunto, o que ganharam esses povos neste processo, nada, rigorosamente nada, além dos milhões que jazem em valas comuns e da condenação à miséria dos restantes, exceptuando claro está, uma pequena elite de ditadores e seus apaniguados a soldo de interesses hostis, apenas com o objectivo da manutenção de uma capa de falsa democracia, pois basta olhar para as condições infra-humanas em que os seus povos hoje vivem, após 45 anos, mesmo à distancia é perfeitamente visível a diferença abissal entre as condições de vida e desenvolvimento de outrora com aquilo a que hoje assistimos, arrisco mesmo dizer que condenaram as populações desses países à indigência e escravatura, o mais triste no meio disto tudo foi terem sido as instituições que nos atacavam com o argumento do colonialismo terem sido exactamente as mesmas a dar cobertura a este perfeito saque e genocídio subsequente à nossa revolução da treta e seguinte processo de independência desses territórios, aponto aqui o dedo em especial à ONU, e aos Estados Unidos da América, em relação a estes últimos, os tais paladinos da liberdade e direitos humanos, o país mais miserável do mundo, o verdadeiro estado parasita, os que não olham a meios para destruir tudo e todos aqueles que se oponham aos métodos de enriquecimento ilícito e verdadeiro neo-colonialismo económico, pois desde que haja algo a explorar e a saquear, que se lixem os direitos humanos, bem o sabemos por experiência própria, para já não falar naquilo que se passou um pouco por este mundo fora, com especial enfoque para o Médio Oriente e continente africano.

Voltando ao nosso pequeno território, aquele território a que hoje estamos confinados, não só confinados, pois convivemos com a culpa que teimam em nos incutir de termos sido a origem de todos os males do mundo, logo nós, pois poderemos ter cometido alguns erros no passado e à luz daquilo que serão os cânones de uma sociedade moderna, mas que na minha óptica e contextualizando à época, fomos mesmo inovadores e vanguadistas naquilo a que aos direitos humanos concerne.



                                                            O Portugal de antigamente



O que significam os novos dados da pobreza em Portugal? - Vida ...

                                               O Portugal em que nos estamos a tornar!!!


Passámos de um país rural, um país que convergia com os países mais desenvolvidos, um país auto suficiente, a um país que vive de mão estendida, perdemos a dignidade e somos mesmo o refugo da Europa, daquela Europa que em tempos andava a nosso reboque, pois fomos nós quem lhes deu o conhecimento e as ferramentas para que se pudesse elevar ao estatuto de bastião da civilização e desenvolvimento a todos os nível como e muito bem explica o nosso incontornável Agostinho da Silva, já Camões dizia, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas pergunto eu, os tempos bem sabemos que não há como contorná-los, mas as vontades, outrora a de seguir em frente, a de inovar, a de fazer bem e melhor, hoje esbateram-se tal como o disse e muito bem o saudoso António José Saraiva, "Os cravos do 25 de Abril, que muitos, candidamente, tomaram por símbolo de uma Primavera, fanaram-se sobre um monte de esterco."

Bem tentaram apagar os vestígios da "grande noite fascista", mas ao fazê-lo apenas apagaram ou tentaram apagar o período da nossa história recente em que mais evoluímos, em que mais nos aproximámos dos países mais desenvolvidos, tentaram apagar o período em que reconquistámos a dignidade e o respeito perante a comunidade internacional...

Ordem dos Engenheiros

Pois, dizem que fizeram uma revolução, a tal revolução da treta, mais uma vez um sucedâneo de algo importado e mais uma vez pelos piores motivos, pois os resultados são perfeitamente visíveis, e mais uma vez, parafraseando António José Saraiva, ele mesmo tendo sido um detractor do antigo regime; "O actual estado de coisas, em Portugal, nasceu podre nas suas raízes. Herdou todos os podres da anterior; mais a vergonha da deserção. E com este começo tudo foi possível depois, como num exército em debandada: vieram as passagens administrativas, sob capa de democratização do ensino; vieram "saneamentos" oportunistas e iníquos, a substituir o julgamento das responsabilidades; vieram os bandos militares, resultado da traição do comando, no campo das operações; vieram os contrabandistas e os falsificadores de moeda em lugares de confiança política ou administrativa; veio o compadrio quase declarado, nos partidos e no Governo; veio o controlo da Imprensa e da Radiotelevisão, pelo Governo e pêlos partidos, depois de se ter declarado a abolição da censura; veio a impossibilidade de se distinguir o interesse geral dos interesses dos grupos de pressão, chamados partidos, a impossibilidade de esclarecer um critério que joeirasse os patriotas e os oportunistas, a verdade e a mentira; veio o considerar-se o endividamento como um meio honesto de viver."

Portanto palavras para quê se hoje vemos, com uma dura clareza, como o período da nossa História a que cabe o nome de Salazarismo foi o último em que merecemos o nome de Nação Independente.

O fruto da tal liberdade e democracia, a mentira que nos venderam no fatídico dia que hoje um bando de imbecis ufanamente comemora, e por outro lado, a data que muitos têm como sendo o dia em que mataram o sonho de cumprir Portugal. 


Alexandre Sarmento

4 comentários:

  1. Quando se é jovem, o idealismo é padrão e a contestação é norma, após a mudança, vem a alegria e a desilusão, por tudo isso, tenho de "dar a mão à palmatória", concordar com o escrito e afinal, apesar da idade continuar a contestar, agora com muito mais razão.

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  2. Mostra a verdade a cidade que mostra era reservado ao branco o preto nem podia por os pés no passeio, porquê não mostra bairro Indisgina onde vivia o preto?

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    1. Aí que mentiroso! E quem é que te contou isso? Foram os camaradas da frelimo ou da renamo? Vê por ti próprio ò aldrabão ... eu morei lá e ainda hoje lá vou e sempre me dei com pretos, brancos, mestiços, indianos ...
      https://www.youtube.com/watch?v=xqyWMVc9Gus

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    2. Posso perguntar que idade tem o João Macauze?
      ...e quais os livros de quadradinhos marxistas lidos pelo João Macauze?
      João Macauze, vai mas é dar banho ao cão!!!

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