«Essas modestas páginas culturais que sobrevivem, opinei, servem para não nos resignarmos. Para fazer com que, pelo menos, aos imbecis e aos ignorantes lhes sangre o nariz. Para nos recordar que ainda é possível pensar como gregos, lutar como troianos e morrer como romanos. Para aceitar, por fim, o ocaso de um mundo e o começo de outro no qual não estaremos; e fazê-lo serenos, jogando às cartas no salão cada vez mais inclinado do barco que se afunda, enquanto pelas escotilhas abertas, entre os gritos dos que pensavam ser possível escapar ao seu destino — "O barco era insubmergível", reclamam os imbecis —, soam os compassos da velha orquestra que nos justifica e nos consola.»
Arturo Pérez-Reverte
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