«Se não há algo de sinistro a ocultar quais os motivos que levam à construção de uma sociedade que é de tal modo secreta que obriga os seus membros a prestarem o juramento de jamais revelarem os seus segredos? Esta é uma interrogação que, durante mais de duzentos anos, justificou a apreensão dos Sumos Pontífices. Pouco surpreende, por conseguinte, que tenham tido bons motivos para redigirem encíclicas sobre encíclicas condenatórias da sua existência. Estas sociedades são um fenómeno novo e terrível, sem equivalência em qualquer outro período da História. Em 1776, o seu objectivo declarado foi o de fundar um "Novus Ordo Secularum", uma nova ordem para o Mundo. As armas secretas para atingir semelhante objectivo eram: a guerra e uma fiscalização severa das finanças internacionais. Tal fiscalização (...) não só lhes permitiu alcançar o poder como fez eclodir a guerra entre as nações. Eis o meio mais rápido e mais seguro para as nações caírem sob as suas garras. A guerra constitui um meio ideal de subversão: provoca, inevitavelmente, uma baixa sensível da moralidade pública, do patriotismo, da actividade laboriosa humana, da ambição pessoal legítima - assim como o relaxamento dos laços familiares e de muitas outras características da nossa civilização. Até ao século XVIII, grupos um tanto disparatados, um pouco por toda a parte, alimentaram, vagamente, o desejo de se apoderarem do poder - nenhum deles conseguiu qualquer coisa de insofismável. Mas em 1776 tudo se passou de modo diferente. Um certo Adam Weishaupt, professor bávaro de Direito Canónico, declarou, com petulante audácia, que, com o tempo, obteria o domínio total do género humano. E fundou em 1 de Maio desse ano uma associação a que deu o nome de "Iluminados da Baviera". A execução do seu grande projecto foi, em parte, responsável pela Revolução francesa. Na verdade, as lojas maçónicas francesas absorveram muito do que se idealizou na "Ordem dos Iluminados da Baviera". O reino do Terror implantou-se em França a partir de 1793 e deu bem a noção da natureza das ambições de Weishaupt.
Nada menos de onze Sumos Pontífices (Clemente XII, Bento XIV, Pio VI, Pio VII, Pio VIII, Leão XII, Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII, Pio X e Pio XI) condenaram, solenemente, estas sociedades secretas - e fizeram-no em termos de tal modo severos e rigorosos que são únicos na História da Igreja. Em 1884, na encíclica "Humanum Genus", o Papa Leão XIII, dirigindo-se aos Bispos do Mundo inteiro disse: "Arrancai a máscara à Franco-Maçonaria (sociedade secreta) e mostrai claramente o que ela é. Ela visa não só destruir a ordem religiosa, que reina no mundo e que aceita o ensino cristão, como a sua substituição por um novo estado de coisas, baseado nos princípios do naturalismo. Mantendo nas suas garras a maior parte das nações, une-se a outras seitas e apresenta-se perante elas como a verdadeira inspiradora e o poder oculto que tudo dirige. Primeiro atrai os seus associados, depois retem-nos com o incentivo de vantagens materiais que lhes propõe. Faz dobrar os governos à sua vontade umas vezes utilizando apenas promessas outras recorrendo a ameaças. Encontrou o seu caminho em todas as classes da Sociedade e constituiu um poder invisível e irresponsável, um governo independente como no interior do corpo constituído do estado geral..."».
Deirdre Manifold («Fátima e a Grande Conspiração»).
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