quarta-feira, 19 de maio de 2021

Jogos de Poder!!!

 


O Bilderberg Group está estruturado em três círculos concêntricos:

1. Em primeiro lugar, o círculo mais reduzido, decisivo e interno, o mais fechado de todos. Chama-se Bilderberg Advisory Committee ("comité consultivo"). O seu secretário-geral para os Estados Unidos é David Rockefeller; os membros pertencem todos ao CFR e, ao mesmo tempo, ao círculo seguinte. Serão todos mações?

2. Um círculo mais amplo, mas interno, o Steering Committee ("comité de direcção"), composto por 24 europeus e 15 americanos (Estados Unidos). Os 15 americanos pertencem quase todos ao CFR e todos são membros permanentes, e não meros convidados para uma ou mais assembleias.

3. O círculo mais exterior e numeroso. É composto por convidados ocasionais e por filiados permanentes. Segundo Lesta-Pedrero, reúnem-se geralmente cerca de 120 pessoas. Cerca de 70% são membros fixos ou permanentes, os restantes 30% são convidados circunstanciais. Todos são cidadãos prestigiados e influentes, com ou sem actividade oficial nos Governos dos respectivos países. Uma vez por ano, durante quatro dias, expõem de maneira informal os seus pontos de vista sobre os assuntos económicos e políticos internacionais para, com a sua experiência pessoal, chegarem a um entendimento acerca desses problemas e das suas implicações. Embora tratando-se de uma reunião (Conferentie) em que, segundo se diz, não se tomam decisões nem se publicam conclusões, as discussões influenciam tomadas de posição posteriores. De resto, consta que foram tomadas decisões importantes, como por exemplo em relação à Guerra das Malvinas, ao estabelecimento de relações com a China por parte de Nixon, à autorização para a Rússia bombardear a Chechénia, à formação de um Estado albanês independente e ao desmembramento da Jugoslávia (com a entrega da sua província mais setentrional à Hungria).

(…) A escolha dos convidados costuma fazer-se em Março. O comité directivo indica a data do encontro quatro meses antes da sua realização. O nome e a morada do hotel onde irá realizar-se a reunião só são comunicados uma semana antes. Os debates e conclusões são mantidos em rigoroso segredo. Surpreendentemente, os meios de comunicação não parecem interessar-se pelas assembleias do BG. A título de exemplo, nos arquivos do jornal El País desde a sua criação, em 1976, a palavra "Bilderberg" aparece escrita apenas 11 vezes neste diário "independente", uma num título e duas num subtítulo em 1977. Nos últimos 17 anos (1989, realização da reunião do BG em La Toja, Espanha) figura uma única vez e isto apesar do Juan Luis Celebrián, conselheiro delegado do grupo Prisa, ser membro assíduo do BG desde 2001. Os mesmos que não deixam os "famosos" do mundo cor-de-rosa dar um passo em sossego não se atrevem a incomodar de modo algum as personagens mais influentes da política, da banca e do comércio mundiais. Ninguém arrisca publicar o programa, as informações e os resultados das suas reuniões. O juramento de confidencialidade absoluta é feito pelos participantes e pelos jornalistas. Os directores dos principais jornais, bem como das mais influentes cadeias de rádio e televisão, são simultaneamente profissionais do jornalismo e convidados. A revista norte-americana The Spotlight é a excepção permanente nesta questão. Um ou mais dos seus enviados conseguiram infiltrar-se nas diferentes reuniões anuais do BG. Por ser considerada um perigo para a globalização, o Governo conseguiu que ela fosse encerrada por meio de um processo judicial. Mas ressurgiu com um novo nome, expressivo das suas intenções de liberdade: American Free Press. Graças às suas informações, sabe-se que os objectivos do BG convergem no enfraquecimento progressivo das soberanias nacionais e na sua transferência para as instituições de índole oligárquica e supranacional.

O interesse dos meios concentra-se na lista de participantes. Os convidados assistem sozinhos (sem mulheres/maridos, amantes, etc.). Os guarda-costas vigiam mas nunca entram na sala da conferência e comem num local separado. O BG é "uma sala secreta, satélite do CFR. Nada sabemos sobre os critérios utilizados para o recrutamento e o convite dos membros, que dizem que não assistem às reuniões a título privado, mas sim em virtude dos seus altos cargos… O BG, tal como a sua matriz, o CFR, é uma promoção maçónica" (R. de la Cierva, op. cit., p. 618). É verdade, embora digam que "assistem na qualidade de cidadãos privados e não como representantes oficiais" (D. Estulin, op. cit., p. 33).

Filipe González foi convidado para a reunião realizada em 1976 em Torquay, na Inglaterra, mas declinou o convite. Assistiu Manuel Fraga Iribarne. O novo PSOE, que conseguiu afastar o tradicional – o do exílio -, encabeçado pelo mação Rodolfo Llopis, não estava preparado para uma tão chamativa saída da clandestinidade fora de Espanha. Na reunião, realizada em Palma de Maiorca em Setembro de 1975, dois meses antes da morte de Franco, foram abordados três assuntos. Um deles foi "a necessidade de contar em Espanha com um grupo de Homens Novos capazes de assegurar a substituição do franquismo sem traumatismos". Abria-se o caminho a Felipe González, Adolfo Suárez e suas equipas. "Partido Socialista: o Partido da Maçonaria" é o título de um dos capítulos da obra citada de Manuel Bonilla Sauras. Assim foi e assim continua a ser. Na mesa redonda sobre a maçonaria na Universidade Ceu-San Pablo (Novembro de 2005), Ricardo de la Cierva respondeu a uma pergunta reconhecendo que, durante a Segunda República, não houve nenhum mação nos partidos de direita (CEDA de Gil Robles). Mas o mesmo não se pode afirmar acerca do actual Partido Popular.

Segundo parece, dos participantes ocasionais – alguns por apenas uma vez -, 30% são convidados porque, atendendo às circunstâncias sociopolíticas e económicas mundiais, servem os interesses dos círculos mais restritos e dos membros permanentes. O convite pressupõe uma excelente promoção dos convidados ocasionais. Deram-se "coincidências" curiosas. Bill Clinton, Tony Blair, George Robertson, Romano Prodi e Loyola de Palacios foram convidados pela primeira vez em 1991, 1993, 1998, 1999 e 2005, respectivamente. Presidente dos Estados Unidos, presidente do Partido Trabalhista e nas eleições seguintes (1997) primeiro-ministro, secretário-geral da NATO e presidente da Comissão Europeia, membro do European Advisory Council de Rothschild, o banco comprovadamente mais influente da Europa. A irmã de Loyola de Palacios, Ana Palacio, ocuparia o cargo de vice-presidente do Banco Mundial».

Manuel Guerra («A Trama Maçónica»).

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