sexta-feira, 31 de julho de 2020

Tarrafal, mais uma história adulterada pelo PCP.







«O PCP gosta de usar o Tarrafal como quem usa uma flor na lapela. Fazendo crer aos mais distraídos e mal informados. Que os militantes do PCP foram os únicos que foram para lá desterrados. Ora nada poderia ser mais errado. Chegando até ao REVISIONISMO E FRAUDE HISTÓRICA!!!

Há 96 anos nascia o diário anarco-sindicalista “A Batalha”, porta ...

                                                     O jornal anarco-sindicalista.

O Tarrafal é inaugurado em Outubro de 1936 com a primeira leva de presos (152) onde estavam incluídos os membros da REVOLTA DOS MARINHEIROS e os membros da revolta do 18 de Janeiro da Marinha grande (grande parte eram anarco-sindicalistas).
No caso da revolta dos marinheiros organizada pela ORA (Organização Revolucionária da Armada) que contava com alguns elementos afectos ao PCP. Mas não só muito embora o PCP no seu revisionismo histórico e para ganhar todos os créditos afirme o contrário.
Acontece que também havia membros dos movimentos INTEGRALISMO LUSITANO; MOVIMENTO NACIONAL-SINDICALISTA (dirigido por Rolão Preto) e ANARCO-SINDICALISMO. E eram estes a maioria. Até porque a ORA era um movimento que apesar de ter ligações ao PCP não tinha só filiados no partido.
No total o Tarrafal recebeu apenas 340 presos sendo que nem todos eram presos políticos. Como são os casos de Artur Trindade (entrou a 12/06/1937 a 25/09/44) e Artur de Oliveira (entrou 11/06/48 a 22/08/48) que eram presos de delito comum.
Portanto o Tarrafal foi a "casa" de presos políticos de varias sensibilidades desde os tradicionalistas (caso dos nacionais-sindicalistas) até aos anarquistas (nos anarco-sindicalistas).

Tarrafal: uma história mal contada - Jornal O DIABO

                                        Grupo de anarco-sindicalistas detidos do Tarrafal.

Apesar de os militantes do PCP não serem a maioria dos detidos no Tarrafal. Este tinha uma forte organização politica no campo de detenção.
Já os anarco-sindicalistas para além de estarem mal organizados politicamente eram também fortemente prejudicados pelos elementos comunistas detidos no campo.
Com tácticas semelhantes às aplicadas pelos comunistas na guerra civil espanhola. OS COMUNISTAS NÃO TOLERAM CONCORRÊNCIA DE ESQUERDA.
Já os nacional-sindicalistas não se sabe muito das suas condições dentro do campo por falta de informação disponível.
Mas o Tarrafal não era à prova de tentativas de fuga. E houveram. Mas mas aqui fica uma parte que é pouco conveniente para o PCP. As fugas tinha de ser autorizadas pelo partido. Ou seja por muito mal tratados ou que ansiassem pela liberdade só poderiam fugir com o beneplácito do PCP. E era o PCP quem decidia quem é que fugia. Tal como aconteceu em Peniche e Caxias.
Ora no Tarrafal para além do arame farpado e dos guardas armados os prisioneiros também tinham que enfrentar os membros da direcção comunista quer na metrópole quer dentro do campo. Ou seja tinham dentro do campo uma "guarda" mental que queria ser fiel à narrativa do martírio politico. Quantos mais MÁRTIRES mais força politica contra o estado novo teria o PCP.
À laia de exemplo foram expulsos do PCP por quebra de disciplina partidária. Os seguintes militantes (lista incompleta)
GABRIEL PEDRO; EDMUNDO PEDRO (pai e filho);Tomás Rato (mais tarde readmitido)
Aliás pela LISTA OFICIAL (depurada dos membros expulsos e abandonados pelo PCP) podemos verificar que os comunistas eram tudo menos a maioria.

Cárceres do império | Memorial 2019

                                      Porta de entrada do Campo do Tarrafal.

LISTA OFICIAL DE DETIDOS NO TARRAFAL SEGUNDO O PCP:
Bento Gonçalves; Joaquim Amaro; Francisco Miguel; Jaime de Sousa; Sérgio Vilarigues; Joaquim Montes; Manuel da Costa; António Guerra e Joaquim Marreiros. Júlio Fogaça (mais tarde expulso do PCP por acusação de "direitismo e homossexualidade)
Esta lista vem no artigo prisões politicas do estado novo.

O PCP é useiro e vezeiro em adulterar a história conforme lhe convém.
Álvaro Cunhal foge de Peniche e é aclamado um herói nas hostes do PCP. Nunca terá tido muito mau tratamento por parte do estado novo. Pôde publicar livros; tinha autorização para desenhar escrever; pôde acabar os estudos em Coimbra. E chega a trabalhar no COLÉGIO MODERNO (propriedade da família de Mário Soares.
Já no caso de Júlio Fogaça que primeiro é traído pelo próprio partido primeiro na sua detenção por parte da policia politica. Depois na fuga de Caixas em que é deixado para trás.
E no fim com um processo de expulsão do partido com base "desvios de carácter" (a acusação de ser homossexual).
A grande maioria dos que morreram no Tarrafal não eram do PCP. E isto pode ser provado consultando os arquivos do CENTRO DE CULTURA LIBERTÁRIA em Cacilhas. O PCP é um partido político que não fala a verdade. Recorre à propaganda e adultera de forma MENTIROSA a história. Tem apenas uma coisa a apresentar era a força política mais organizada durante a resistência ao estado novo. Coisa que lhe permitiu no período imediato ao 25 de Abril impor a reforma agrária; o gonçalvismo e ter quase conseguido o poder absoluto durante o PREC.
O PCP chega até a participar numa onde de assassinatos políticos de membros incómodos do PCP.
O PCP não luta pela liberdade e democracia. Apenas luta pelo poder absoluto.




Foi líder do PCP por duas vezes ao longo de duas décadas. Em 1960, é preso pela PIDE, pela terceira vez, acompanhado pelo seu companheiro. Fogaça foi ignorado pela história oficial do PCP, numa atitude de ostracismo em que se mistura o estigma da homossexualidade e o facto de ter sido o principal rival de Cunhal.

E se algum comunista disser o contrário. Das duas uma. Ou está iludido (o que não é de todo algo negativo) Ou está de forma consciente a mentir com quantos dentes tem na boca.

Se não fossem as forças politicas PS; PSD E CDS mais os militares a fazerem o 25 de Novembro hoje estaríamos piores que a Roménia.(...)»


Texto gentilmente cedido pelo autor, o meu caríssimo amigo, Samuel Marques, publicação no jornal "O Diabo", 10 de Maio de 2019.
Os meus agradecimentos.

Alexandre Sarmento


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