quarta-feira, 13 de maio de 2020

O 25 de Abril da corja!!!!




«É evidente que (...) não seremos fáceis de manipular, ou de nos deixarmos iludir por qualquer fraldiqueiro em nome ou ao serviço de ideologias que escondem falsos propósitos de libertação da humanidade. Bem vos conhecemos, - oh, máscaras sem vergonha!

Daí que não iríamos por certo transigir agora, com uma vida quase feita, com as falsidades primárias deste carnaval revolucionário, nesta farisaica conspiração da história, com que se pretende subverter o mundo e com ele os seus valores supremos; daí que, entre o falar gratuito e demagógico, procuremos antes o viver audacioso e coerente; daí que nos haja repugnado tanto este assalto despudorado e avassalador de novos "hunos" revolucionários, que, em escassos meses, desfizeram e desfiguraram uma Pátria oito vezes secular; daí o horror com que assistimos, neste País em leilão, à tragédia da "descolonização" nos territórios portugueses de África, aos dramas inenarráveis de um genocídio ferozmente prosseguido, perante o silêncio comprometido e acumpliciado do Mundo!».


Quem foram os "retornados"? - PORTUGALd'antigamente

(...) Aquilo que desde logo condenou os socialistas que regressaram do exílio para tomar conta deste País, o mesmo se podendo dizer dos comunistas, cujo Comité Central, desfeito ao 25 de Abril, era constituído, na sua grande parte, por elementos "históricos", semi-ignorantes - foi o erro de avaliação do Portugal dos anos 70. No seu sectarismo e no seu ódio, na sua estupidez incomensurável, na sua paranóia política, não se deram contam de que se haviam estabelecido, de facto, ao longo de mais de quarenta anos, no "substracto" colectivo, padrões de desenvolvimento histórico indisfarçáveis, porque reais e concretos.

Essa realidade, que se pretendeu estultamente ignorar, ou infantilmente apagar com uma esponja - como se a História pudesse ser riscada ao sabor da irracionalidade de cada um - era a de um País em franco progresso e desenvolvimento, económica e financeiramente arrumado, pouco ambicioso, é certo, mas seguro de si próprio, consciente da sua força estratégica e da sua potencialidade, financeiramente poderoso, ciosamente independente.

Tem sido dessa situação, da força real e potencial existentes ao 25 de Abril de 1974, que tem vivido dos rendimentos e de algum crédito a "corja" salteadora. Se não fora isso, de há muito que estaríamos face a tensões sociais que, irreprimíveis, teriam estalado esse verniz falsificado da Revolução Traída. Dois escassos anos bastaram para pôr o País na situação de 1926, quando os republicanos iluminados o puseram a saque...

Em Portugal nem tudo está em queda: desemprego e miséria estão em alta

A apojadura revolucionária deu no disparate, com vivas à santa Liberdade. No dia 26 de Abril, imediato ao da Revolução, em papéis impressos aos milhares, os ideólogos da CDE, de má memória, em bicos de pés, davam o grito de ordem: "O caminho da liberdade é, hoje, o caminho da rua".

Lenine, há sessenta anos, exclamaria, desdenhoso: "Liberdade!... Para que serve a liberdade?". De facto, com razão se diz que se se oferecer a um asiático ou a um socialista africano, emancipado, a escolha entre quatro liberdades e quatro sanduíches - ele optará imediatamente pelas sanduíches...».

João M. da Costa Figueira («25 de Abril: a Revolução da Vergonha»).


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