domingo, 11 de novembro de 2018

Nacionalismo, sangue, tradição, alma e raça...


O que é ser nacionalista?
Para falar do que é ser nacionalista, é necessário definir o que é nacionalismo. E, antes disso, é preciso definir o conceito de nação.
Nações são grupos humanos culturalmente homogéneos, maiores do que uma tribo ou uma comunidade, que dividem as mesmas línguas, instituições, religiões e experiências históricas, ou seja, nação é um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum, pelos interesses comuns e, principalmente, por ideais e aspirações comuns.
Nação é uma entidade moral no sentido rigoroso da palavra. Nação é muita coisa mais do que povo, é uma comunidade de consciência e identidade unidas por um sentimento complexo, indefinível e extremamente poderoso: o patriotismo.
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"A Raça portuguesa, antes de ser uma Pátria e mesmo nos primeiros tempos da sua independência, vivia como que latente e diluída nos outros povos da Ibéria. Mas o esboço primitivo definiu-se e a nítida figura apareceu. A Língua e os sentimentos por ela traduzidos cristalizaram, destacando-se, em alto-relevo, da confusão originária.
E Portugal é uma Raça constituindo uma Pátria, porque, adquirindo uma Língua própria, uma História, uma Arte, uma Literatura, também adquiriu a sua independência política."

Teixeira de Pascoaes
A nação é, portanto, algo abstracto, mas isso não faz dela algo irreal, ilusório. A nação é a alma colectiva de um povo, uma identidade construída ao longo de séculos de experiências históricas, de conflitos, de vitórias, de derrotas e de reviravoltas ou seja, a nação,tal como o indivíduo, é o resultado de um longo processo de esforços, de sacrifícios e de devotamentos, a nação é formada pelos antepassados e pelas gerações futuras. O sentimento patriótico é o que dá melhor forma à nação, que lhe dá os contrastes mais discerníveis. Nação e pátria são, pois, conceitos com uma relação muito intensa.
O nacionalismo é o sentimento de exaltação da nação. Ressalvo aqui que nação nada tem a ver com Estado, portanto, essa exaltação à nação refere-se ao povo, à população; os interesses nacionais defendidos nesse processo são, pois, interesses da colectividade nacional, e dão das estruturas oficiais (ou oficiosas) de poder.
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«O bom português deve cultivar em si o patriota, que abrange o indivíduo, o pai e o munícipe e os excede, criando um novo ser espiritual mais complexo, caracterizado por uma profunda lembrança étnica e histórica e um profundo desejo concordante, que é a repercussão sublimada no Futuro da voz secular daquela herança ou lembrança...
É já grande o homem que subordina à Pátria, sem os destruir, os seus interesses individuais, familiares e municipais.
Por isso, o viver como patriota não é fácil, principalmente num meio em que as almas, incolores, duvidosas da sua existência, materializadas, não atingem a vida da Pátria, rastejando cá em baixo, entretido em mesquinhas questões individuais e partidárias. Mas para Portugal continuar a ser, precisamos de elevar até ele a nossa pessoa e conhecê-lo na sua lembrança e na sua esperança, na sua alma, enfim.
Não podemos amar o que ignoramos.
Impõe-se, portanto, o conhecimento da alma pátria, nos seus caracteres essenciais. Por ela, devemos moldar a nossa própria, dando-lhe actividade moral e força representativa, o que será de grande alcançe para a obra que empreenderemos, como patriotas, no campo social e político.
O político estranho à sua Raça não saberá orientar nem satisfazer as aspirações nacionais. É preciso que ele encarne o sonho popular e lhe dê concreta realidade. Do contrário, fará obra artificial, transitória e nociva, por contrariar e mesmo comprometer o destino superior de uma Pátria.
Sim: o bom português necessita de conhecer e comungar a alma pátria, a fim de se guiar por ela, no seu labor. Depois legislará, reformará ou criará literária e artisticamente uma obra duradoura e útil.»


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Teixeira de Pascoaes
As raízes do nacionalismo encontram-se firmemente enterradas na antiguidade oriental: mesopotâmicos, persas e egípcios apresentavam, nas suas culturas, traços nacionalistas primitivos. O nacionalismo como o conhecemos surgiu na Idade Moderna e foi demonstrado de modo bastante claro em movimentos como a Revolução Francesa, a Guerra da Independência dos EUA e as reunificações alemã e italiana. Durante o período da Segunda Guerra, foi reiteradamente usado de maneira deturpada como bandeira pelos ideais totalitários, nomeadamente o nacional-socialismo e o fascismo, bem como as doutrinas políticas neles inspiradas. Ainda hoje, o nacionalismo é visto como uma característica específica de movimentos neo-nazis, fascistas e análogos, o que gera algumas contradições e confusões
Tendo exposto tudo isso, posso chegar ao cerne do texto: o que é ser nacionalista? Respondo: é, primordialmente, cultivar o sentimento do nacionalismo. Ser nacionalista é amar a pátria e a nação; é conhecer e respeitar os símbolos nacionais; procurar conhecer cada vez mais a trajectória da nação ao longo dos anos; e é, principalmente, defender os interesses nacionais não somente com palavras, mas com atitudes.
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"Se não existisse uma alma portuguesa, teríamos de evolucionar conforme as almas estranhas, teríamos de nos fundir nessa massa amorfa da Europa; mas a alma portuguesa existe, vem desde a origem da Nacionalidade; de mais longe ainda, da confusão de povos heterogéneos que, em tempos remotos, disputaram a posse da Ibéria. Houve um momento em que, no meio dessa confusão rumorosa e guerreira, se destacou uma voz proclamando um Povo, gritando a Alma duma Raça: foi a voz de Viriato; foi o Verbo criador que encarnou em Afonso Henriques e se tornou Acção e Vitória. Depois fez-se Verbo novamente, exaltou-se num sonho de imortalidade, e foi o Canto eterno d'Os Lusíadas! Depois, cansado das longas terras, dos longos mares, como que adormeceu num sono de tristeza, de olhos postos no Passado (...).
E por isto tudo, Portugal não morrerá; nem uma Pátria morre, no instante em que encontra o seu espírito. Portugal não morrerá, e criará a sua nova Civilização, porque vê que a sua alma é inconfundível, que encerra em si um novo sentido da Vida, um novo Canto, um novo Verbo, e, portanto, uma nova Acção."

Teixeira de Pascoaes
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O verdadeiro sentimento nacionalista não se constrói nem se alimenta de injustiças, xenofobia, racismo, supremacismos e outros venenos dessa categoria apenas destroem a nação e contribuem para fomentar a diferença de maneira prejudicial e desviam perigosamente o foco de toda a questão, o verdadeiro nacionalismo deve promover o desenvolvimento da nação com bom senso, sem excessos nem precipitações.
Portugal precisa de gente que arregace as mangas, que lute por ele e que o construa forte, firme e digno.

Alexandre Sarmento

1 comentário:

  1. O bom Nacionalismo defende os Lusitanos, que são Europeus.O Bom Português é Europeu.

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