quinta-feira, 13 de junho de 2019

Adeus, Deus, Pátria e Família!!!


Hoje e como estou em maré de desabafos, triste e revoltado, aqui vai então...


Nem sei muito bem por onde começar, quem sabe, comece por Deus, mas afinal, qual Deus, o Deus criador, o mesmo Deus que nos definiu como seres diferentes dos demais animais que povoam o planeta e fez com o que apenas nós e como seres inteligentes termos capacidade de alcançar, capacidade intelectual para entender outra dimensão para alem do mero aspecto material, para alem da nossa dimensão terrena e palpável. 

Pergunto, onde está hoje, ou para que papel foi relegado o nosso lado espiritual?
Trocamos um Deus omnipresente por um outro, um Deus material ao qual, numa sociedade dita moderna apelidamos de capital, um Deus que apenas serve uma minoria, enquanto a grande maioria vive escravizada, ou pela falta, ou pela escravatura do mesmo!
Um Deus que se sobrepõe a tudo, valores, clã, tribo ou mesmo família, perdemos muito, perdemos até aquilo que nos definiu outrora como povo ou nação, os valores, sentimentos, até os laços de sangue deixaram de ter qualquer valor numa sociedade moderna, a sociedade do individuo, a sociedade do individualismo na qual cada um vive apenas por si e para si mesmo, não interessando a forma como vive ou sobrevive, desde possa ostentar, desde que tenha forma de sobressair, forma de mostrar aos demais que materialmente atingiu um estatuto superior, que pode mostrar a uma sociedade decadente que tem um carro, uma casa ou mesmo um estatuto superior em termos académicos, em suma, uma sociedade na qual o ter se sobrepõe ao ser, uma sociedade sem laços familiares, sem afectos, uma sociedade absolutamente intolerante auto-rotulada de tolerante, uma farsa bem definida por um grande pensador dos tempos modernos, um dos poucos que não se venderam ao sistema e tomaram uma atitude verdadeiramente humana, um despertador de consciências, alguém que soube ocupar o seu lugar na sociedade, alguém profundamente consciente e humano, pois, infelizmente somos cada vez menos aqueles com coragem, frontalidade e atitude frente ao que esta sociedade desumanizada, ou as suas elites nos impõem.

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Poderão colocar-me a questão, então, qual o caminho a seguir, qual o Deus a seguir, que tipo de espiritualidade seguir, na verdade e na minha opinião pessoal, cada qual deve procurar em si mesmo o seu próprio caminho, sim, o seu próprio caminho, não o caminho que a sociedade ou uma facção da mesma lhe imponha ou apresente, apenas uma questão de consciência, uma busca da verdade, uma busca pelo nosso próprio eu, e como, se em vez de vivermos, a grande maioria apenas existe, o triste paradigma desta sociedade dita avançada, um paradoxo!!!


Pondo de parte o preconceito, pondo de parte grande parte daquilo que o sistema através do sistema de ensino, dos media, ou mesmo do senso comum nos incutiu, para sermos verdadeiros, a forma como nos manipularam e formataram, a forma como fizeram de nós meros objectos sem vontade e vida próprios, o eterno paradigma do politicamente correcto e o obedecer a regras que para alem de desumanas nos afastam progressivamente da nossa essência, na verdade está na hora de mudar de paradigma, está na hora de um despertar, de um retorno a uma origem ancestral, onde alem do ser individual e do explorar das suas capacidades intelectuais e físicas, se foi descobrindo aos poucos mas mantendo aquilo que o instinto nos apresentou, o Espírito de família, clã, ou seja, somos basicamente seres gregários, comunitários ou comunalistas, foi essa a forma como evoluímos, como conseguimos chegar aos dias de hoje, tal como diz o adagio, "a união faz a força", bem verdadeiro, desde que o façamos com consciência e respeito por algumas regras básicas ou pelos demais, ou seja, respeitando a forma de estar e a racionalidade dos demais membros, só assim evoluímos, essa é a verdade, relembro uma frase de Maurras...
"A verdade, a decisão, o empreendimento, saem do menor número; o assentimento, a aceitação, da maioria. É às minorias que pertencem a virtude, a audácia, a posse e a concepção."


Quando os conceitos são subvertidos, quando são propositadamente manipulados, quando tudo se reveste de mero servir dos poderes instituídos, ou seja, quando uma sociedade deixa de ser regida por regras que verdadeiramente a respeitem, ou respeitem os direitos, liberdades e garantias de cada qual, e passamos a ser meramente escravos da ditadura do numero, da ditadura do standard, da ditadura de um sistema que na verdade nos tem castrado material e mentalmente, uma sociedade que nos faz sentir felizes com aquilo que não precisamos, uma sociedade que nos esta a levar para meros instrumentos numa sociedade de consumo massificado, ou seja, hoje existimos para consumir e produzir, nada mais!!!

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Se me disserem que a este processo se chama progresso, discordo em absoluto, sou absolutamente contra a sistematização do próprio ser humano, resumindo, vivemos uma vida na qual apenas existimos, hoje nada nos pertence, os carros, os bens pelos quais lutamos toda uma vida, crendo que são de nossa pertença, afinal são pertença de um sistema, no fundo, pertença de uma pequena elite, para cumulo, já nem os nossos filhos nos pertencem, pois desde tenra idade nos são retirados e enfiados em perfeitas unidades produtivas, onde lhes são aplicados os chips do politicamente correcto e onde lhes é retirada a capacidade de raciocínio autónomo, ou lhes são incutidos os desvalores de uma sociedade em que tudo flui ao sabor da corrente previamente definida por alguém, passamos a querer, a gostar e a fazer aquilo que alguém definiu!!!
Relembro uma frase de uma das minhas referencias, Agostinho da Silva, "Tu podes, com certeza, conviver com os outros, mas nunca seres os outros. Eles podem ser muito bons, mas tu és sempre melhor porque és diferente e o único com as tuas características."

Para terminar, a verdade é que somos únicos e temos consciência e vontade própria...


"As pessoas foram criadas para serem amadas e as coisas foram feitas para serem usadas. A razão pela qual o mundo está um caos é porque as coisas estão sendo amadas e pessoas estão sendo usadas."


Alexandre Sarmento


9 comentários:

  1. VERDADEIRO GRITO DE ALERTA, DAS NOSSAS CONSCIÊNCIAS...OBRIGADA

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  2. O ser humano tende a ser egoista, perde o sentido de amizade e solidariedade, de partilha, quando está bem na vida. Valoriza mais o materialismo, mais as aparencias do que as essencias, mais do que os sentimentos generosos, mais do que aquilo que brilha por fora do que aquilo que é oco por fora mas tem brilho por dentro. Os valores humanos transmitidos de geração para geração estão invertidos. As crianças são forçadas e ensinadas a competir entre si, por ter mais e melhores carros e casas, e não ensinadas a serem solidárias, a ajudarem-se, a apoiarem-se mutuamente. Os outros são vistos como inimigos, adversários ou concorrentes. O ser humano á vontade dos manipoladores está cada vez mais a perder as suas qualidades humanas e a transformar-se num robote. Há muita gente hoje que já não conhece e não sente o sentido das palavras; Familia, Amor, e Amizade, e por isso não sabem que estes são os melhores bens que o ser humano na vida pode ter. Parabens e obrigado por este artigo.

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  3. Perfeito,,,! Respeito e tento sair da casinha. Vou postar!

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  4. Quando tinha cerca de 11 anos e andava no liceu Dom João III, Coimbra, na aula de Religião e Moral perguntei ao professor, Padre Rebimbas, o seguinte
    Tendo Deus enviado seu filho no ano X e tendo nascido, vivido e morrido milhões de seres humanos que não tiveram a possibilidade de conhecer a mensagem de Cristo, terão tido a salvação depois da morte ?
    Reparei que a pergunta não foi cómoda, mas tive resposta, a seguinte :
    "Sim, se tiverem vivido segundo a sua consciência".
    Não fiquei satisfeito.
    É que a consciência dos homens não é imutável, fixa. Varia consoante os valores, princípios. costumes e hábitos da sociedade onde vivem. O que é permitido ou proibido hoje podia não ser antes, ou vir a ser depois.

    E assim se passa certamente com a sociedade em que vivemos.
    E como será no futuro?

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  5. Quando tinha cerca de 11 anos e andava no liceu Dom João III, Coimbra, na aula de Religião e Moral perguntei ao professor, Padre Rebimbas, o seguinte
    Tendo Deus enviado seu filho no ano X e tendo nascido, vivido e morrido milhões de seres humanos que não tiveram a possibilidade de conhecer a mensagem de Cristo, terão tido a salvação depois da morte ?
    Reparei que a pergunta não foi cómoda, mas tive resposta, a seguinte :
    "Sim, se tiverem vivido segundo a sua consciência".
    Não fiquei satisfeito.
    É que a consciência dos homens não é imutável, fixa. Varia consoante os valores, princípios. costumes e hábitos da sociedade onde vivem. O que é permitido ou proibido hoje podia não ser antes, ou vir a ser depois.

    E assim se passa certamente com a sociedade em que vivemos.
    E como será no futuro?

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A busca pela consciência.

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