segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Um país à deriva!


Nem sei se se poderá chamar a isto que se nos apresenta um país, diria antes, um antro muito mal frequentado, sem homem do leme e com um povo a condizer!!!

Falência de bancos sem que haja culpabilização de algum dos administradores, claro nós pagámos o buraco, ou estamos a pagar, e como nunca me engano e raramente tenho duvidas, tal como sempre, a culpa morrerá solteira, pergunto, onde estava a entidade reguladora e fiscalizadora?
Pois, além de não regular porra nenhuma, o responsável máximo pela entidae fiscalizadora foi mesmo promovido a vice-presidente do BCE, impressionante a forma como se sancionam os incompetentes ou cumplices num verdadeiro assalto ao bolso dos portugueses.
Onde está a justiça neste país, onde está um dos pilares de uma sociedade justa e equilibrada, não sei ao certo, mas suspeito que do lado dos prevaricadores, ou seja, conivente com o crime e com os criminosos, portanto uma justiça fraca com os fortes e forte com os fracos, ou haverá melhores exemplos do que gente detida por roubar um pão para comer, enquanto os que provavelmente levaram essa pessoa a cometer esse hediondo crime, sacaram milhões e ficam impunes, triste, muito triste e revoltante esta realidade.
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Um país com centenas de milhar de pessoas a sobreviver com poucas centenas de euros por mês enquanto uma elite de políticos e gestores auferem salários e reformas milionárias ou mesmo pornográficas, será este o tal estado que tanto nos prometeram, onde estão a igualdade, a protecção social e o verdadeiro papel da figura que tem por nome Estado, uma entidade que deveria cumprir o seu papel de gestor do país, gestor da coisa pública, servidores da nação, deveria ser esse o seu papel, papel esse infelizmente invertido, pois temos hoje uma instituição que em vez de servir, serve-se do povo, cerceando-lhe os direitos, alimentando-se do pouco que ainda vamos produzindo, aliás, por completa inoperancia dos organismos estatais que deveriam pugnar pela organização da estrutura produtiva, que deveriam prever e preparar o pais e as suas gentes para eventualidades e desafios que esta sociedade moderno nos apresenta.
Temos assim uma miríade de organismos, observatórios e instituições que no papel seriam os verdadeiros defensores dos interesses da nação e do país, mas, mais uma vez e infelizmente constatamos que não passam de meros sorvedouros dos dinheiros públicos, isto, além de serem essas instituições autênticos antros onde se pavoneiam e vivem de parasitismo os boys do sistema partidário e a cambada do "avental", os tais dos cursos forjados nas universidades criadas para esse mesmo efeito, além de alimentar egos, certificam uma cambada de incompetentes e criminosos protegidos pelo sistema, uma cambada que não sabe o que é mérito e muito menos responsabilidade, temos por isso mesmo os lamentáveis exemplos de eventos sucedidos num passado recente e com umas centenas de vítimas mortais por pura incúria, por falta de preparação, desconhecimento, descoordenação ou mesmo por uma actividade criminosa, a fraude da apropriação dos dinheiros públicos que deveriam servir para proteger, zelar ou precaver situações críticas no país.
Fogos florestais em que morrem centenas de pessoas e não há responsáveis nem houve dispositivos de combate eficazes, sabendo nos hoje que nunca se gastou tanto com esses mesmos dispositivos ou instituições.
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Falta de meios ou desvio de fundos para o bolso de privados?
Basta estarmos um pouco atentos, não é preciso sermos uns expert na matéria para constatar que tudo ou quase tudo está a rebentar pelas costuras, a falta de manutenção é notável, estradas, pontes, viadutos, matas, margens dos rios, edificios do estado, equipamentos e instalações hospitalares, escolas e tantos outros exemplos. O azar e que no meio disto tudo, morre gente impunemente, vemos gente sofrer impunemente, vemos um país abandonado, vemos um povo triste e saturado de fazer tantos sacrifícios sem que veja resultado ou melhoria de condições de vida, temos hoje um grave processo de desertificação no interior, no Portugal profundo, outrora tínhamos escolas nas freguesias, hospitais concelhios, correios e serviços na próximidade das populações, hoje tudo nos foi retirado, como querem fixar gente no interior se temos toda uma população desse mesmo interior completamente abandonada e por sua própria conta?
Não esquecendo que os habitantes do Portugal profundo pagam impostos como todos os outros, mas, há um mas complicado, pagam para aquilo que não usufruem, pagam os transportes públicos, os museus, os teatros, os cinemas e uma panóplia de equipamentos dos quais nunca usufruirão, muita desta gente nem posses tem para se deslocar, para comer ou vestir-se condignamente, muitas vezes a dormir e a viver em casebres sem as condições mínimas de habitabilidade.
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Vivemos no reino da hipocrisia, vivemos num país a varias velocidades, vivemos num país assíncrono onde uma pequena elite vive de parasitismo de uma maioria pobre e abandonada, explorada e escravizada, o fruto de um logro que teve por nome revolução, mas pergunto eu, revolução de quê, revolucionaram alguma coisa por acaso, evoluíram, melhoraram, acrescentaram alguma coisa a este país ou a esta nação, claro que não, fizeram exactamente o inverso, destruíram quase tudo de positivo que se tinha feito no passado, desde equipamentos, organização e estrutura produtiva, talvez uma tentativa de apagar o nosso passado e a nossa identidade, quem sabe seja esse mesmo o objectivo, matar a nação portuguesa, apagar-nos do mapa e da história como a outrora mui nobre raça que deu novos mundos ao mundo, a verdade é que fomos donos de meio mundo, hoje infelizmente estamos reduzidos a um resquício daquilo que fomos, hoje estamos reduzidos à indigência, estamos condenados a andar com a mão esticada à espera que nos dêem uma esmola, somos hoje mais uma vez o exemplo pela negativa, lembro-me de uma entrevista de Agostinho da Silva a referir-se à triste condição de trafulhas e caloteiros da Europa no final da Primeira República, quando no estrageiro quando algo não funcionava, usavam o termo "à la portugaise" ou "portugalisé", portanto meus caros, mais uma vez estamos na mesma situação e quanto a responsabilidades apenas posso apontar as mesmas ao povo português, somos muito "poucochinhos", somos pouco bairristas, o dos outros é que é bom, estamos resignados e merdificados, absolutamente dominados pelo sistema, coniventes e participantes.
Portanto, palavras para quê, acabamos por ter aquilo que escolhemos, temos o que permitimos, pagamos hoje o preço da ignorância, do facilitismo, da preguiça, da inveja e de uma miríade de predicados aos quais me vou escusar...

É hora de reflectir, é hora de fazer um acto de contrição.


Alexandre Sarmento





1 comentário:

O Molusco...

Para bom entendedor... «(...) A ambiguidade da figura de Caetano, de acordo com o The New York Times, tinha ficado bem demonstrada na sua at...