"A verdade, a decisão, o empreendimento, saem do menor número; o assentimento, a aceitação, da maioria. É às minorias que pertencem a virtude, a audácia, a posse e a concepção." Charles Maurras
quinta-feira, 4 de abril de 2019
Grito de revolta, agora ou nunca!!!
Temos tecnologia, temos recursos, precisamos de trazer a humanidade de novo a este planeta, basta termos a vontade de o fazer, criar de novo uma verdadeira consciência colectiva, dar o salto, partir as correntes que há muito nos castram física e mentalmente.
Todos os dias acordamos no mesmo quarto, fazemos as mesmas coisas, falamos com as mesmas pessoas, vemos os mesmos programas e seguimos o mesmo caminho decalcando o mesmo dia que vivemos ontem.
Hoje os nossos dias são programados, a nossa vida é programada.
É isso que significa ser evoluído e livre?
Seremos nós realmente livres?
Nós obedecemos as regras, somos aquilo que o sistema nos permite que sejamos, somos meros instrumentos ou objectos do mesmo, fomos ensinados não para fazer a diferença neste mundo, mas para não ser diferente.
Somos inteligentes o suficiente para fazer o nosso trabalho, mas não o somos para questionar aquilo que fazemos.
Desde que nascemos somos formatados, somos manipulados, somos inibidos de reagir e de pensar de forma autónoma, deixamos de ter vontade própria ou mesmo consciência daquilo que somos e das nossa reais capacidades, na verdade fomos transformados em meros dados estatísticos, se fugimos do standard somos apelidados de radicais, de inadaptados, de terroristas, ou modernamente de fascistas.
Nós trabalhamos, mas o trabalho deixou-nos sem tempo para viver a vida para a qual trabalhamos, buscamos o inalcançavel, somos uns eternamente descontentes, insaciáveis, queremos sempre mais, foi isto o que fizeram desta sociedade desumanizada, perdemos o nosso lado, o lado humano, sentimentos, afectos, relacionamentos, espiritualidade, tudo foi reduzido a uma mera faceta consumista nesta sociedade na qual o capital e os bens materiais são reis e senhores, adoramos a nossa condição de escravos, existimos porque consumimos e não o inverso, o que seria mais natural, consumimos porque existimos.
Hoje temos um prazo de validade, somos preparados com o fito de produzirmos, de contribuirmos, de podermos aceder a bens e a uma imagem que nos permita almejar um lugar ao sol nesta sociedade de consumo desenfreado, uma sociedade da aparência, uma sociedade do espectáculo, uma sociedade da hipocrisia, na verdade passamos pela vida sem nunca verdadeiramente termos vivido, apenas existimos, vivemos em função de um sistema, vivemos em função da aparência, da vaidade e da inveja.
Vivemos com um mínimo de condições de conforto, segurança e saúde, isto até que chega o dia que estamos demasiado velhos para trabalhar, deixamos de contribuir e passamos a ser um fardo para o sistema, nessa altura somos abandonados pelo sistema e depositados em lares ou camas de hospital, arrisco mesmo dizer que somos vitimas da eutanásia do sistema.
Onde haviam árvores que limpavam o nosso ar e onde tudo se passava ao sabor das estações do ano, agora há fábricas que o envenenam.
Onde havia água para beber, há lixo tóxico.
Onde os animais viviam livres, há explorações industriais e agrícolas onde eles nascem e vivem em condições barbaras ate serem abatidos afim de nos servirem de alimento.
Desperdiçamos diariamente milhões de toneladas de alimentos, enquanto mais de mil milhões de pessoas estão a morrer de fome, apesar de haver comida suficiente para todos, a quem beneficia esta atitude desumana?
Para onde vai tudo isso, a quem serve toda esse desperdício e a quem convém a miséria humana que poderia ser mitigada se para tal houvesse vontade?
Somos como uma praga varrendo a terra, destruindo o próprio ambiente em que vivemos. Vemos tudo como algo a ser vendido, como um objecto a ser possuído. Mas o que acontecerá quando tivermos poluído o último rio e envenenado a última brisa de ar?
Não estamos a destruir o planeta, estamos a destruir toda a vida nele. Anualmente, milhares de espécies são extintas, o tempo foge e está a esgotar-se, quem sabe seremos os próximos. Olhamos para nossa tecnologia e dizemos que somos os melhores e mais inteligentes. Mas os computadores, os carros e fábricas realmente mostram o quão inteligente somos ou será que eles mostram o quão preguiçosos e ignorantes em relação ao mundo que nos rodeia nos tornamos?
Agimos como se soubéssemos tudo, mas há muito ainda que não conseguimos ver. Andamos pela rua ignorando todas as pequenas coisas, vivemos numa sociedade dita da informação e do conhecimento, mas aquilo que se nos apresenta é uma sociedade cada vez mais ignorante e mais desfasada da realidade, deram-nos redes sociais que nos permitem contactar em tempo real com gente a milhares de quilómetros de nós, mas desconhecemos as pessoas com as quais trabalhamos ou com as quais partilhamos espaços comuns, dizem ser isto a globalização, o grande beneficio da globalização, uma sociedade de zombies, de gente apática, de gente que perdeu o Espírito de família, clã, tribo ou nação, somos hoje apenas coisas sem ligações e sem afectividade.
Será que estamos realmente felizes com nossos "iPhones", as nossas grandes casas, os nossos carros de luxo e mais uma panóplia de coisas perfeitamente supérfluas?
Desligamos da sociedade, tornamo-nos individualistas e egoístas, idolatramos pessoas que nunca conhecemos, vivemos virtualmente vidas que afinal nos são incutidas, somos voluntariamente manipulados, estamos drogados e viciados pelos gadgets que o sistema nos proporciona.
Esperamos que sejam os outros a dar inicio a mudanças, sem pensar em mudarmos a nós mesmos.
A mudança tem que começar por nós mesmos, temos que tomar consciência que somos um flash no tempo, somos efémeros mas o nosso impacto é para sempre. Podemos usar a tecnologia para nos unirmos para interagirmos de forma positiva, de forma a que possamos como indivíduos, como seres conscientes, induzir uma nova consciência colectiva, seres humanos completos e perfeitamente integrados neste gigante ecossistema., respeitando o planeta e todos os seres vivos que connosco o partilham este espaço comum.
Para melhor ou o pior serão as gerações actuais quem vai determinar o futuro da vida no planeta.
Ou continuamos a servir este sistema, este processo de auto-destruição até que nenhuma memória da nossa existência permaneça, ou então podemos despertar e perceber que não estamos a evoluir, mas sim em queda livre como espécie e como sociedade.
Agora é a nossa vez, podemos escolher o nosso próprio caminho ou seguir aquela que nos trouxe ao que hoje somos, a este marasmo, a esta sociedade disfuncional, a esta barbárie consentida.
Está na hora de trazer de novo a humanidade a este planeta, se temos tecnologia, temos inteligência, temos recursos, porque razão não mudamos de paradigma, porquê tanto comodismo, conformismo ou subserviência?
Basta de mentiras, basta de cegueira ideológica, basta de individualismo...só avançámos como civilização quando fomos unidos, quando fomos uma verdadeira sociedade consciente...
Alexandre Sarmento
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Dois grandes trastes...
(...) Mário Soares é responsável por muito choro e ranger de dentes de muitos e muitos milhares de seres humanos; não merece ficar para a ...
Bom, nós somos aquilo que achamos confortável para nós e os nossos...
ResponderEliminarConcordo que exista uma massa social com algumas dessas características, mas mais no oriente que nos países ocidentes, conhecendo eu bastante bem essas duas realidades...
Concordo também com algumas interrogações e afirmações...
De qualquer forma e generalizando,relativamente à questão social aqui falada, não estamos castrados, por conforto talvez uma parte se deixe levar, mas não concordo com o texto neste assunto, pelo menos na nossa realidade e sociedade em geral...
Só é manipulado quem quer ou quem confortavelmente o aceita, e se assim se sente bem é porque de outra forma estaria infeliz!!!!
A sociedade não precisa que pensadores lhes digam o que está mal mas sim o que está bem e o que pode melhorar, um pensamento positivo e de esperança, com o mal vivemos todos os dias...
É só mais uma opinião...
Pegando na linha de raciocínio do RucaDeep, vendo bem as coisas e pegando num exemplo algo ridículo (desculpe pois não sou intelectual), então um individuo quando for ao médico com uma fratura exposta no braço direito, o profissional de saúde deverá remeter a terapia para em observar junto do paciente que, esqueça isso pois, é importante concentrar-se no facto que, o braço esquerdo está saudável, assim como as pernas e aí por diante! “-Vamos esquecer essa fratura pois, terá de viver com ela todos os dias! Concentremo-nos então em melhorar a saúde dos restantes membros do corpo! Já pensou em praticar natação? É boa para tonificar o corpo (pelo menos as partes que não estão partidas)!”
EliminarÉ só mais uma opinião…
Pegando na linha de raciocínio do RucaDeep, vendo bem as coisas e pegando num exemplo algo ridículo (desculpe pois não sou intelectual), então um individuo quando for ao médico com uma fratura exposta no braço direito, o profissional de saúde deverá remeter a terapia para em observar junto do paciente que, esqueça isso pois, é importante concentrar-se no facto que, o braço esquerdo está saudável, assim como as pernas e aí por diante! “-Vamos esquecer essa fratura pois, terá de viver com ela todos os dias! Concentremo-nos então em melhorar a saúde dos restantes membros do corpo! Já pensou em praticar natação? É boa para tonificar o corpo (pelo menos as partes que não estão partidas)!”
ResponderEliminarÉ só mais uma opinião…