quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Do "orgulhosamente sós" ao "democraticamente lixados"



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Do "orgulhosamente sós" ao "democraticamente lixados", evidentemente, lixados com efe!!!

Outrora fizemos frente ao mundo, a um mundo cego de paixões baixas, despertado pela ideia do assalto que julgou fácil, enlouquecido pela ambição da rapina e do domínio ou estupidificado pela ignorância do que somos, do que valemos e do que queremos.


Depois fomos nós, o mesmo povo de outrora "democraticamente unido", a permitir que esse mundo cego pela cobiça dos bens alheios, pelo domínio e pelo controle total, entrasse em nossa casa e se servisse, levando tudo, as jóias, o território, os nossos irmãos, a nossa identidade e até a nossa dignidade, e nós,  sempre, quase 50 anos depois, a assistir impávida e serenamente, tanto tempo depois, ainda continuamos embriagados com o perfume dos cravos da democracia.


Na verdade só houve um período ou um interregno nos últimos dois séculos, em que nos pudemos sentir orgulhosos daquilo que fomos e somos, infelizmente esse tempo já não volta, e a esse tempo dizem alguns iluminados, fomos atrasados e vimos o nosso povo ser explorado e maltratado, a esse tempo uns clamam com saudade, outros com ressentimento, com o ódio dos ignorantes, e sem sequer saberem o porquê, esse foi o tempo do salazarismo!!!

Nesse tempo podíamos ter o orgulho de termos um império, de termos mostrado ao mundo que era possível ter uma Nação em territórios espalhados pelo mundo, um Nação multi-étnica, uma Nação multi-religiosa, uma Nação multi-cultural, e exactamente por termos conseguido provar que seria possível uma aproximação à sociedade perfeita, onde cada qual tinha a sua quota parte de responsabilidade e de liberdade, os donos do mundo assim não o entenderam, e vimos a vil traição dos outrora nossos aliados e companheiros de armas, assim assistimos à morte daquilo que tanto custou a construir, com sangue, suor e lágrimas, assistimos à morte do nosso Portugal, e ao mesmo tempo feriram de morte a Nação Portuguesa.
Fomos vitimas da inveja e da cobiça dos nossos inimigos, alguns deles nossos parceiros durante séculos, e pior, fomos culpados porque o permitimos, somos culpados pela covardia, pela conivência, pela apatia com a qual assistimos a todo este processo, e por este andar, num futuro próximo, este ainda jardim à beira mar plantado deixará de ser a nossa Pátria, a nossa casa.

Só que desta vez, já não temos as caravelas e já não há mais mundo para descobrir, seremos nós os escravos na nossa própria terra.

Desculpem o desabafo, mas pelo que vejo, este povo não passa de um reles resquício daquilo que foi outrora, quiçá, os bons, os verdadeiros portugueses, tenham mesmo partido nas caravelas...

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«— (...) Uma civilização que renuncia à possibilidade de recorrer à violência nos seus pensamentos e acções destrói-se a si mesma. Transforma-se num rebanho de carneiros a degolar pelo primeiro que passe. O mesmo acontece com os homens.»
Arturo Pérez-Reverte

Alexandre Sarmento

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