segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Maçonaria, uma associação criminosa com raízes ancestrais.




«Não é fácil traçar a história de uma organização como  a maçonaria que, no dizer do historiador maçon espanhol "Danton", "procura a sombra para poder avançar com mais rapidez". É complicado discernir a sombra. Os muitos maçons que se dedicaram a redigir essa história estão de acordo quanto à dificuldade da empresa. Identificar os marcos mais salientes da história da maçonaria é simples, mas já no que diz respeito às origens da irmandade, existe uma disparidade total entre os próprios maçons.

Dentro da maçonaria, há quem coloque o ponto de partida da Ordem no nascimento dos grémios de canteiros medievais que já se chamavam maçons; há quem o faça recuar à sobrevivência dos collegia romanos que agrupavam os construtores; há quem aponte na direcção do Egipto; outros pensam directamente na construção do Templo de Salomão, outros na Pérsia, outros na Índia... e não falta quem pense simplesmente que foi Adão o primeiro maçon e a origem da transmissão iniciática dos segredos da irmanadade. O doutor George Olivier (1782-1867) não teve pejo em escrever, nas suas Antiguidades da Franco-Maçonaria, que "a antiga tradição maçónica sustem - e eu sou inteiramente da mesma opinião - que a nossa Sociedade existia antes da criação deste globo terrestre, através dos diferentes sistemas solares".

A inteligente distinção do Grão-Mestre italiano Massimo della Campa, que separa a maçonaria instituição ou organização, por um lado, dos princípios maçónicos, por outro, simplifica a abordagem do problema histórico da maçonaria. A maior parte das dificuldades, na hora de determinar as origens da irmandade, resulta precisamente da confusão entre as duas realidades. Quando os autores maçónicos especulam sobre a génese da instituição, na realidade, estão a aventar hipóteses sobre a genealogia da doutrina maçónica: procuram as raízes dos princípios maçónicos. Neste sentido, o principal erro consiste em dar o salto lógico injustificado ao concluir que a organização maçónica também deve estar ligada com a origem intelectual. A falta de rigor histórico, somada a essa falha metodológica, propiciou que, em geral, a história maçónica ofereça um espectáculo de disparidade, desprovido de credibilidade. Em 1909, um membro do Conselho da Ordem do Grande Oriente de França e do Grande Colégio dos Ritos, Charles Bernardin, num exercício de auto-crítica carregado de ironia, escrevia que "entre as 206 obras [pretensamente históricas sobre a maçonaria, N.d.A.] que consultei e que tratam da origem da franco-maçonaria, encontrei (...) 39 opiniões diferentes" e, acto contínuo, desenvolvia a sua estatística. Realço alguns dados, extraídos das conclusões de Bernardin:

"Vinte e oito autores atribuíram a origem da maçonaria aos pedreiros construtores do período gótico; cinco autores, aos Stuart; um, à China; um autor, ao Japão; cinco autores, aos jesuítas; sete, aos antigos rosa-cruzes; cinco, aos cruzados; doze, aos templários; um, aos albigenses; dois, à sociedade Nova Atlântida de Bacon; quatro, aos druidas; nove, à antiga Roma; dezoito, ao Egipto; seis, aos judeus; um, à ordem dos assassinos; um, aos maniqueus; dez, aos primeiros cristãos ou mesmo a Jesus Cristo; três, aos construtores do Templo de Salomão; um, aos da Torre de Babel; três, aos sobreviventes do Dilúvio Universal; para vinte autores, as origens da maçonaria perdem-se, simplesmente, na noite dos tempos, e quinze autores recuam até à Criação, sublinhando que no Paraíso terreal já existia a maçonaria".



Bernardin também cita, sem mencionar o nome, o assombroso caso de Olivier, para quem não havia dúvida que a maçonaria já existia antes da criação do mundo.

Ninguém demonstrou nunca que existe continuidade material entre algumas dessas supostas e discutíveis origens intelectuais e a maçonaria histórica, tal como a conhecemos, excepção feita para aqueles que afirmam, com razão, que a maçonaria moderna, ou especulativa, só tem continuidade material com a chamada maçonaria operativa, isto é, com os grémios de construtores da Idade Média tardia.

Pelo contrário, se se proceder à separação da história da organização maçónica da história dos princípios maçónicos, obtém-se uma maior clareza e claridade.

(...) No âmbito da maçonaria, não só se procurou o abrigo da sombra, como se tentou tirar partido propagandístico, dessa penumbra. Por um lado, como já salientava "Danton" (pseudónimo de um maçon espanhol desconhecido que elaborou uma monumental história da franco-maçonaria, nos anos 1882-83), para fazer recuar sem escrúpulos a origem da irmandade quanto mais atrás melhor; claro que a intenção era de, com isso, dotá-la de maior autoridade. Mas por outro lado, essa obscuridade em que se movimentou a maçonaria, também facilitou que se atribuísse, sem nenhuns escrúpulos, a condição de maçons a personagens extraordinárias com a mesma finalidade de engrandecer a auréola de excelência em torno da irmandade. Alec Mellor cita alguns Grão-Mestres fictícios e lendários que, por vezes, foram reivindicados pela maçonaria: Alexandre Magno; o Rei Artur; Cromwell; a Rainha Elfride de Inglaterra; Fo-Hi, imperador da China; Godofredo de Bouillon; Hugues de Payens; Jaime II de Inglaterra; Jacques de Molay; Jesus Cristo, Júlio César; Moisés; Noé; Numa; Ricardo Coração de Leão; Rómulo; O Rei Salomão; Santo Albano; São Miguel Arcanjo ou Tubam Caim.


Imagem relacionada

A maçonaria moderna herdou esta mania de inventar uma história antiquíssima e repleta de membros egrégios, dos seus antepassados, os autênticos construtores medievais, cujos documentos transbordavam duma criatividade histórica exuberante. Mas se, no século XIV, essa opulência criativa era relativamente ingénua (as corporações de constutores reclamavam uma antiguidade remota para aumentar o prestígio social do grémio, e sem nenhum objectivo ideológico), a partir dos séculos XVII e XVIII, a elevação desse prestígio social transformava-se em lenda dourada para facilitar a difusão da nova doutrina maçónica... Ao dar-se conta desta realidade, o maçon Mellor mostra-se envergonhado:

"Os clérigos que, no século XIV, deram à franco-maçonaria operativa o manuscrito Regius ou o manuscrito Cooke, tinham a desculpa de serem hagiógrafos piedosos [Mellor tem um fraco conceito de hagiografia, como se vê. N.d.A.]. São menos desculpáveis as enormidades acumuladas por Anderson na parte histórica das suas Constituições. A um maçon de hoje entristece que, em pleno século XX, Ragon e Clavel [dois grandes historiadores maçons] sejam menos dignos de crédito do que São Gregório de Tours para a época merovíngia (...) Que, em plena época dos computadores, persistam as concepções oníricas em matéria de história ou de simbolismo, é um escândalo para a razão"».

José Antonio Ullate Fabo («O Segredo da Maçonaria Desvendado»).

15 comentários:

  1. Este texto está bem escrito. Todavia é somente uma ponta do véu.

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  2. A facilidade de dizer asneiras...confundir maçonaria com delinquentes.O segredo continua, nada foi revelado nem desvendado...

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    1. Pelo comentário, quer-me parecer que a cambada maçónica são todos bons rapazes!!!
      Até lhe recomendo a leitura de alguns livros, comece pelo "O Segredo da Maçonaria" de Jacques Ploncard d´Assac...poderá também procurar no Youtube as publicações de Philippe Ploncard D´Assac...

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  3. Um amontoado de besteiras, baseado na ignorancia e de quem nunca frequentou esta nobre instituição; .: Mestre instalado.

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    1. Claro que para um crápula de avental, para um corrupto este texto está pejado de "besteiras" e pelo palavreado deve ser mesmo palavreado de um papagaio veado brasileiro!!!
      E falando curto e rosso, chamar a essa instituíção de nobre é o mesmo que comparar o olho do cu com o mosteiro dos Jerónimos!!!

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    2. Maçonaria é máfia, é um antro de criminosos!!!

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    3. nobre em qué sao todos uma cambada de satanistas ao serviço do diabo !

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  4. ESSE ARTIGO FOI ESCRITO POR UM IGNORANTE PARA OUTROS IGNORANTES.

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    1. Bem me parece que alguém não reage muito bem quando confrontado com a verdade, maçonaria é uma organização criminosa e terrorista, como tal deveria ser banida e todos os seus membros julgados e espoliados dos bens sonegados!!!
      Passe bem meu caro parasita de avental!!!

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    2. Salazar bem os manteve açaimados, mas os vigaristas abrileiros voltaram a abrir a porta dos cofres públicos aos criminosos de colarinho branco, os resultados estão bem à vista, um povo a viver na miséria e uma pequena elite a viver na ostentação, é este o vosso lema, Fraternidade, Igualdade e Fraternidade, mas só para os vossos irmãos, cambada de adoradores do Demo!!!

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  5. Nada a favor do secretismo da Maçonaria, apenas justificável em tempo de ditadura, nunca em Democracia. Mas até parece, pelos comentários, que nos tempos de Salazar o povo não "vivia na miséria" e houvesse "uma pequena elite a viver na ostentação". Já agora, acrescente-se o sacrifício da guerra colonial. Será da idade que não dá para recordar factos, ou simplesmente da cegueira ideológica, no caso fascista ? Enfim...

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    1. ...esqueceu o pequeno pormenor da carnificina de La Lys, deve ter sido também o carbonário Salazar o culpado!!!

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    2. ...e só para que conste, o Portugal maçónico da Primeira Republica era um paraíso, ui se era!!!
      Tenha mas é juizinho, meta o avental na gaveta e desampare-me a loja, seu ignorante
      !!!

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    3. Já agora esclareça-me, sabe qual o número de soldados mortos na Primeira Grande Guerra e na Guerra Colonial, e diga-me o que defendiam numa e noutra das guerras, palavra que gostava de saber a sua opinião!!!

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