«Um enigma
O
general António Ramalho Eanes é talvez a figura mais enigmática da
nossa história recente. Como é que um jovem tenente-coronel (tinha 41
anos) de quem muito pouca gente ouvira falar no Verão de 1975, se
converteu no candidato dos maiores partidos à Presidência da República
em 1976? Como é que um candidato apoiado pelo PS, pelo PSD e pelo CDS
contra o PCP, foi, nos anos seguintes, veementemente contestado pelos
líderes do PS, do PSD e do CDS, e quase só acatado pelo PCP? Como é que
um Presidente da República que afirmou ter um projecto de sociedade
igual ao do PSD e do CDS, se converteu na última grande esperança de
Álvaro Cunhal para aumentar a influência política do PCP? Muito disto
tem a ver com o 25 de Novembro e com o papel de Eanes nesse momento.»
( Fonte, jornal, "Observador")
«O
Partido do Presidente da República [Ramalho Eanes] ainda em exercício, o
PRD, apresenta o quarto candidato do sistema, o advogado Salgado Zenha,
dirigente do PS onde, há alguns anos, se incompatibilizou com Mário
Soares, tornando-se seu adversário pessoal e denunciando o controle
policial que o partido exerce sobre a existência privada dos seus
filiados. Em breve se verifica que o PRD não tem poder sequer para
organizar uma candidatura, e é o PC que, tomando-a em mãos, organiza e,
naturalmente, dirige a de S. Zenha.»
(O processo das presidenciais 86" de Orlando Vitorino.)
«Segunda-feira, 1 de Dezembro de 1980
Carlos Brito anuncia a sua desistência em favor de Ramalho Eanes
Carlos
Brito, candidato do PCP à Presidência da República, anuncia a sua
desistência em favor de Ramalho Eanes. Dois dias depois, Sá Carneiro
afirma que o apoio do PCP a Eanes é o facto político mais grave ocorrido
em Portugal depois do gonçalvismo.»
(fonte, Arquivo da Fundação Mário Soares)
Daqui podemos concluir que Ramalho Eanes, ou desconhece os meandros da História de Portugal, ou está a tentar branquear o seu passado, pois foi um dos militares de Abril, um dos rostos da censura na RTP, foi mais um dos militares que chegou a General sem que para tal tivesse passado pelo Instituto de Altos Estudos Militares.
Foi mais um
herói saído do 25 de Novembro, que ao que se sabe não passou de mais uma
golpada/encenação que serviu para consolidar esta demo-cracia maçónica e
fabricar mais uns quantos heróis "revolucionários".
É muito fácil falar...difícil é descolonizar quando se têm 500 anos de história além mar....
Poderia ter sido feito uma "commonwealth" ou pelo menos ouvir os povos que se propunham á autodeterminaçao, o que de facto foi cerceado de todas as formas e feitios pelos "heróis" de Abril.
Salazar
foi e será sempre o exemplo de um grande estadista, com uma visão politica invulgar, arrisco-me a dizer que estava muito a frente do seu tempo tendo vaticinado situações que aconteceram mais tarde...profético!
O
que está em jogo é a tentativa passar as culpas, a tentativa de lavar as mãos manchadas de sangue do terceiro "D" da Abrilada para
outrém, tal foi o descalabro, a trapalhada e a tragédia do processo de descolonização.
A vergonhosa descolonização poderia ter sido o fruto de um imperativo categórico, mas esse processo criminoso e miserável teve a responsabilidade total do MFA e dos civis seus
cúmplices.
Este "General", desconhece a História de Portugal e o que chamamos "Desígnio Nacional" ,pois todas as revoluções tiveram um cunho
colonial que esta figura desconhece.
A acção das Juntas Governativas e dos
militares colocados à frente dos territórios Ultramarinos foi a causa
principal e não a guerra que produziu este monstruoso descalabro, pois a
guerra estava ganha,como afirmou, por exemplo o General Iko Carreira do
MPLA, no livro que escreveu em Madrid.
São estes traidores à Pátria que
sentem necessidade de vir a terreiro justificar o injustificável, uma espécie de canto do cisne quando
se encontram às portas da morte e pretendem destacar-se pela positiva perante a
História.
Não adianta assacar responsabilidades a Salazar, pois Salazar na minha óptica já foi carregado com o pesado fardo de branqueador deste regime, ou deste pseudo-regime, desta farsa em que apenas temos como políticos marionetas ao serviço de interesses hostis a Portugal e aos portugueses!
Usam Salazar, 50 anos depois da sua morte, denigrem a sua imagem com o fim de escamotear o saque, a venda, a traição e sobretudo a incapacidade de sequer chegarem aos calcanhares de Salazar como homem, como estadista e figura imaculada!
A verdade, é que 46 anos passados sobre a data da vergonha e da infâmia, continuamos a caminho da extinção como País e Nação, vemos os portugueses cada vez mais despojados de direitos, despojados dos seus bens, a propriedade privada deixou de existir, a pobreza cresce exponencialmente e os poucos que ainda trabalham foram relegados à condição de meros pagadores de impostos!!!
Deixo uma questão aos leitores deste blog, em que aspecto, se é que o houve, tivemos algum avanço ou melhoria relativamente ao passado, é claro, salvaguardando as devidas distâncias, atendendo ao contexto da época?
Sem dúvida, responsabilizo Eanes e seus pares pelo processo de descolonização!!!
"Entre os portugueses, traidores houve algumas vezes!"
...e se dúvidas houver, perguntem a um comunista qual foi o melhor Presidente da Republica em Portugal no pós 25 de Abril.
Alexandre Sarmento
Esse gajo tinha a fama de q sabia tudo.E com o texto acima indica q não sabia porra nenhuma.
ResponderEliminarO General Ramalho Eanes falou como legítimo representante da mesma República que depois de cavalgar o descontentamento popular contra a Monarquia pela perda do Mapa Cor-de-Rosa foi incapaz não só de recuperar esses territórios como de conservar o que lhes restava.
ResponderEliminarO nome do militar angolano é Iko Carreira, e não Ike.
"Descontentamento popular contra a monarquia..." Sr. José Ferrão!? Qual monarquia?? A monarquia acabou em 1834, o mapa cor-de-rosa ocorreu durante a Segunda Democracia (1834-1926). A única coisa que aconteceu em 1910, foi deixarmos de ter um presidente de república vitalício e hereditário e passarmos a ter um outro, eleito de 5 em 5 anos. A monarquia acabou definitivamente em 1834 e foi substituída por uma democracia parlamentar.
EliminarQuase 200 anos depois, já é tempo de chamar as coisas pelos nomes?!!
Mais um que desejava a entrega de bandeja das nossas Provincias Ultramarinas!Nunca pensei que Eanes dissesse ou pensasse tal coisa mas, depois de nao ter hostilizado o PCP apos o 25 de Novembro, ai esta a razao do apoio dos comunas ao General.
ResponderEliminarA mesma lógica dos que dizem que a culpa foi de Afonso Henriques... Completamente miserável não reconhecer as responsabilidades próprias do MFA e dos oficiais que se deixaram subverter por tolices ideológicas...
ResponderEliminar