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"A verdade, a decisão, o empreendimento, saem do menor número; o assentimento, a aceitação, da maioria. É às minorias que pertencem a virtude, a audácia, a posse e a concepção." Charles Maurras
...A crise do homem português tem por causa única a perda de confiança em si próprio.
......a confiança que o homem português teve em si próprio baseava-se em certezas oriundas do seu substrato étnico, em tradições recebidas e continuadas, em ensinamentos transmitidos de modo mais ou menos esotérico, em regimentos das suas instituições, no êxito das suas façanhas políticas, enfim na sua fé religiosa.
(...) o homem português foi, durante os séculos heroicos, um homem de pensar adulto. Causas antifilosóficas fizeram-lhe perder a razão. Assim foi ele sofrendo uma decadência, passando a ter a sentimentalidade de um adolescente, e depois a veleidade de uma criança, para chegar à menoridade mental.
(...) homem pequeno, habitante de um país pequeno, de terra infértil e de industria pobre, de alma deprimida e de cultura inferior, nesta ilusão humilhante se situa e diz muitas vezes, perante escritores e jornalistas estrangeiros que atrai à capital, que recebe com generosa hospitalidade, que gratifica com honras e honrarias, recebendo em troca a lição medíocre de ensinamentos superficiais, quando não a prova escrita do merecido desprezo e desdém.
Álvaro Ribeiro, in "O Homem Português".
Dois meses depois, estou de volta, depois de uma necessária e providencial pausa, um tempo de alinhar ideias, de reflexão e de leitura.
Espero que gostem das mudanças a que irão assistir no futuro, creio ser hora de, além de reflectirmos sobre a origem de todos os males que hoje afligem e amordaçam a Nação Portuguesa, em contrapartida possamos analisar em conjunto qual a forma de mitigar ou debelar tudo aquilo que nos tem desmotivado, separado e apagado a nossa identidade cultural e a nossa individualidade, tendo sempre por mote o retorno à família, ao grupo, ao clã ou à tribo. Somos seres gregários, temos necessidade de lutar por um ideal comum, temos necessidade de contacto físico, de diálogo e de interacção.
Hoje estamos desviados dos nossos semelhantes, divergimos, rendemo-nos à tecnologia, tornámo-nos demasiado ausentes e individualistas, perdemos o espírito que nos tornou únicos e pioneiros, vanguardistas e respeitados no passado.
"(...) ao contrário do que muitos disseram, o português não degenerou; as virtudes e os defeitos mantiveram-se os mesmos através dos séculos, simplesmente as suas razões é que variam conforme as circunstâncias históricas. No momento em que o português é chamado a desempenhar qualquer papel importante, põe em jogo todas as suas qualidades de acção, abnegação, sacrifício e coragem, e cumpre como poucos. Mas se o chamarem a desempenhar um papel medíocre que não satisfaz a sua imaginação, esmorece e só caminha na medida em que a conservação da existência o impele. Não sabe viver sem sonho e sem glória. Estagna então na apatia de espírito, faz a crítica acerba contra o que não está àquela altura a que aspira ou cai na saudade negativa, espécie de profunda melancolia."
Jorge Dias, in "Estudos do Carácter Nacional Português".
Está na hora de retomar o rumo, está na hora de voltarmos a falar a uma só voz, é tempo de escolhermos entre, ou lutar pelo ideal português, ou então pura e simplesmente nos acomodamos, resignamos, baixamos os braços, ficamos imóveis e morremos como Nação, esperando em breve não passar de uma breve passagem nos livros de história, esquecidos e sem glória!!!
Alexandre Sarmento
Lembrar o Eça neste dia em Lisboa ... EM QUE O EÇA, SOB UM VIOLENTO DESARRANJO INTESTINAL, SE METE A ENALTECER D. JOÃO VI E A DEITAR AS CU...