sexta-feira, 22 de maio de 2020

Mais um criminoso de Abril!!!



Dicionário Político - António Alva Rosa Coutinho

Rosa Coutinho, apenas um pequeno relato sobre o perfil psicológico de um traidor e facínora abrileiro, mais um comuna genocida!!!

Leiam com atenção este relato e vejam bem os objectivos dos militares portugueses ao serviço dos interesses internacionais, apesar de traidores criminosos de Lesa Pátria, ainda há uma grande cambada de imbecis que apoia a situação, e pior ainda os condecora!!!!

(...) Altino de Magalhães:
a ponta do icebergue, por acaso

Telefono ao general Altino de Magalhães, 86 anos, cujo contacto me fora aconselhado. Combinámos o encontro, e dias depois recebia-me em sua casa, apesar de convalescente, num simpático quarto andar, frente à Fonte Luminosa, em Lisboa. Antes da entrevista, fez questão de me mostrar as pinturas de flores espalhadas pela casa, da autoria da mulher, já falecida, e da qual me falou carinhosamente. Expliquei-lhe ao que ia, falámos durante umas horas dos seus tempos de Angola. Contou-me, então, uma estranha história na qual, involuntariamente, se tinha envolvido.

O general do Exército estava em Angola no 25 de Abril. Quando se forma a Junta Governativa de Angola, a 24 de Julho de 1974, presidida por Rosa Coutinho, Altino de Magalhães passa a pertencer-lhe, na sua qualidade de comandante da Região Militar de Angola. Fica adjunto do "almirante vermelho", como era conhecido Rosa Coutinho. Faziam parte da Junta o comandante da Região Aérea, Silva Cardoso, e o comandante naval de Angola, Leonel Cardoso. Mas havia um quinto homem: o representante do MFA, na pessoa do oficial de engenharia Emílio da Silva, assessor político de Rosa Coutinho, com direito a voto. "Teoricamente, devíamos decidir por votos, mas a junta nunca funcionou assim. O Rosa Coutinho e o Emílio da Silva é que diziam como era, embora quem mandasse fosse o Rosa Coutinho. A nossa palavra não tinha peso", recorda o general.

CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!

Certo dia de Outubro, ou Novembro de 1974, quando chegou ao comando, o ajudante comunicou-lhe que o aguardava uma senhora. Recebeu-a.

"Fiquei perante uma jovem grávida, a chorar, que estava no limite, sob o efeito de calmantes. Coitada, passou um péssimo bocado. Então, o que sucedera? O marido, que trabalhava num atelier de desenho, desaparecera havia uma semana. Ela estava à espera dele apara almoçar, mas ele não chegou e ela nunca mais o viu. Telefonou para o serviço, disseram-lhe que tinha ido almoçar a casa. Nessa noite, falou com várias pessoas, mas ninguém sabia dele. E ao fim de oito dias, depois de perguntar com quem podia falar, alguém lhe indicou o meu nome".

"Contou-me, então, que nessa noite lhe tinham colocado um papel escrito pelo marido, por debaixo da porta, onde ele lhe dizia que não podia ir para casa, mas que ela estivesse tranquila, nada lhe aconteceria. Foi seriamente avisada pelos raptores para não dizer nada a ninguém, porque só lhe podia complicar a vida. A senhora a dizer-me isto, grávida e a chorar, pedindo-me para eu não dizer nada a ninguém. Ao fim da tarde, fui para a reunião da junta. Estávamos os cinco, e eu perguntei: 'Ó almirante, já sabia que havia prisões privadas em Luanda, enfim, de boatos' - porque o assunto era secreto. E prossegui: 'Mas agora estou perante um caso concreto. Um desaparecimento, e comandado de tal maneira, que manda avisar a família para estar quietinha, porque senão matam-no'. Depois virei-me para o Rosa Coutinho e disse-lhe: 'O homem tem de aparecer - e já! -, senão eu vou denunciar isto. E não fico mais num governo em que isto se passa...' Falei com ar muito a sério. Lembro-me que o Silva Cardoso me apoiou".

"Sabe qual foi a reacção do Rosa Coutinho? Virou-se para o Emílio da Silva e disse: 'O homem tem de aparecer. O homem tem de aparecer...' E eu acrescentei: 'Se não aparecer até amanhã de manhã, faço o que disse, vou para os jornais, vou-me embora, vou denunciar o que está a acontecer'. O Rosa Coutinho voltou-se de novo para o Emílio da Silva e repetiu: 'O homem tem de aparecer'. O outro reage. 'Ó senhor almirante, que tenho eu com isso?', ao que o Rosa Coutinho repete: 'Tem de aparecer'. Perguntei: 'O senhor almirante toma essa responsabilidade? Que o homem vai aparecer? Então espero até amanhã, mas depois disso não passo...' Ora bem, quando o Rosa Coutinho se virou para o Emílio da Silva e disse que o homem tinha de aparecer... o Rosa Coutinho sabia dessas coisas, e o outro também estava por dentro".

"No dia seguinte, pouco depois de ter chegado ao quartel-general, o Rosa Coutinho telefona-me e diz: 'O homem já está localizado! E vai aparecer, mas não pode ser já. Agora você tem de escolher: ou há uma bronca muito grande, ou confia em mim. Não aparece em 24 horas, mas aparece daqui a 48 horas. Dou a minha palavra de honra'. Ele estava entre a espada e a parede. E se eu denunciasse o 'sistema' que o tinha prendido podia linchá-lo. A mulher estava numa posição desgraçada, e já arrependida de ter chegado 'lá acima', não fossem descobrir que tinha sido ela. Nem me deu a morada, nem telefone. Poucos dias depois chego ao briefing e dizem-me que comunicaram da Polícia Militar, dizendo que estava um homem nu, amarrado a uma árvore, na estrada do aeroporto. Era ele, o marido. Foi quatro dias depois. Na altura não liguei uma coisa com a outra, mas nessa tarde recebe um telefonema, da mesma senhora. 'Muito obrigada, o meu marido já cá está'. Depois foram os dois ao quartel-general agradecer-me".

Manel Márquez på Twitter: "Éstos eran los nuestros en #Portugal ...

"Pedi ao marido para relatar o que se tinha passado. Contou que foi apanhado no trajecto para casa, à hora do almoço, por fuzileiros navais, da nossa Marinha, fardados, que andavam num jipe militar. Meteram-no num carro e levaram-no até à porta do cemitério de Luanda, onde um carro do MPLA os aguardava. Passaram-no para o carro civil, deitaram-no no chão e levaram-no preso para os arredores. Taparam-lhe os olhos, andaram às voltas com ele, conduziram-no para um apartamento que ele não sabia onde ficava. Meteram-no numa casa de banho e interrogaram-no. Queriam saber quem era da FRA, Frente de Resistência de Angola (inimiga do Rosa Coutinho), a que ele não pertencia.

Constava que a FRA andava a recrutar comandos. Ora bem, ele não foi comando, mas sim administrativo no departamento de pessoal dos comandos, de forma que eles pensavam que tinha uma relação de todos os que passavam à disponibilidade. Ele dizia que não tinha relação nenhuma, que os arquivos estavam nos serviços. Os indivíduos, armados com metralhadora e à paisana, diziam que ele fornecia comandos que passavam para a FRA, aliciando-os para uma força de combate. Foi maltratado, era bofetada por tudo e por nada. Davam-lhe banana, pão e água. Teve furunculose, de não tomar banho nesses dias".

"Foram os fuzileiros que o apanharam e o entregaram ao MPLA. O senhor Emílio da Silva sabia. Mais tarde, nos Açores, voltei a encontrar o casal, por acaso. Falámos, tentei ficar com o contacto deles, mas o susto foi tal, que evitaram dar-mo. Agora estou a contar isto à vontade, porque não há perigo nenhum. Mas, na altura, calei-me. Tive muito cuidado. Nem quis averiguar quem foi o responsável, porque, se começasse a mexer nesse caso, se calhar era mais um dos desaparecidos..."



O general Altino de Magalhães assistiu às prisões políticas de Rosa Coutinho. "Com certeza que as confirmo. Havia presos. Oficialmente não sabíamos, eram bocas de rua. Mas o Rosa Coutinho metia-os no avião e chegavam aqui no pino do Inverno com a camisinha em cima do pêlo. Faziam tropelias de todo o tamanho, eram uns fanáticos. Aos civis que se opunham ao jogo com o MPLA, prendia-os. Se eram militares, passava uma guia de marcha militar para regressarem. Fazia isto na Marinha, no Exército e na Força Aérea. Entrava nos batalhões e mandava embora os homens. Os comandantes passavam as guias de marcha porque era o comandante-chefe que ordenava".

"Constava nessa altura, na rua, que desapareciam pessoas e que havia prisões privadas em Luanda. Na informação militar nós não tínhamos conhecimento de casos concretos. Nem nada transpirava. Tudo se passava fora daí. Fiquei a saber aquela história com a denúncia da senhora. Este caso foi a ponta do icebergue. Nos briefings com o serviço de informações, eu perguntava: 'Que diabo, andam para aí a dizer que há prisões privadas, e tal...' Quem tinha vocação para descobrir estas coisas era a PIDE, mas tinha sido transformada em Polícia de Informação Militar, e era só para se ocupar de informações militares. Estávamos muito limitados a nível de informação".

Antonio Rosa Coutinho - Telegraph

O general Altino de Magalhães seria "corrido" em Dezembro de 1974 por Rosa Coutinho. Mas, antes, protagonizou um episódio revelador de certa faceta do "almirante vermelho", que vale a pena conhecer. "Numa altura em que se dizia mal do Rosa Coutinho nas ruas de Luanda, e ele andava fulo, ordenou-me, porque eu era o comandante da região, para atacar a sede da FNLA, porque o movimento o tinha criticado. Perguntei: 'E depois, como vamos resistir, se a FNLA nos atacar, com as nossas tropas todas desmotivadas?' E ele respondeu. 'Já o informei. Vamos ocupar a sede da FNLA'. Eu era defensor dos princípios militares; quando o chefe manda, obedece-se. Ainda peguei no telefone e comuniquei aos Comandos: 'Preparem uma companhia, vamos ocupar a sede da FNLA'. E diz-me de lá o comandante Diniz, que não era de esquerda: 'E depois?'. Então, percebi que o meu raciocínio estava correcto. E disse: 'Desculpa, Diniz, não cumpras essa ordem'. Fui ter com o Rosa Coutinho, que estava numa sala cheia de militares progressistas. Quando lhe comuniquei: 'Não cumpro essa ordem!', ele pegou naqueles oficiais todos e levou-os para outra sala, para decidir o que ia fazer comigo. Daí a pouco abriu-se a porta, veio um capitão, que também foi ministro da Administração Interna, e que se me dirigiu e revelou: 'Meu general, nós dissemos ao nosso almirante que quem tem razão é o meu general. Fica tudo assim'. Até hoje, o Rosa Coutinho nunca mais tocou no assunto".

Alexandre Sarmento

2 comentários:

  1. Muito bom este blog ! Excelente para resgatar a memória e colocar as ideias em ordem.

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  2. No 11 de Março de 1975 foram presas centenas de pessoas que tinham tido funções em várias áreas da politica nacional. Deputados, presidentes de Câmaras, Governadores Civis, inclusivamente médicos idosos cujo crime fora terem exercido a sua actividade em prol das populações mais carenciadas (eram os célebres caciques locais). Todos presos ao abrigo de ordens escritas do COPCON sem qualquer assinatura de responsáveis. Entre estes esteve o meu Pai, ex deputado e um Homem com H grande, cujo único crime foi defender o seu distrito e as suas gentes e que, como veterinário, contribuiu para a erradicação de muitas patologias animais, como a "língua azul" das ovelhas, a "peste suína" e outros males que se revelaram no Alentejo dos anos pós Grande Guerra. Ora, este e outros "criminosos" foram encarcerados em Pinheiro da Cruz, juntamente com presos comuns entre os quais um célebre "Muleta Negra" que lhe ensinou várias actividades do submundo como abrir fechaduras,fazer assaltos e outras actividades desconhecidas destes presos especiais. Foi por este motivo que conheci o "dono disto tudo", na altura o Otelo Saraiva de Carvalho que, juntamente com o Rosa Coutinho dominavam o MFA e o poder militar. Quando confrontei o Otelo, após várias peripécias que não interessam agora, perguntei-lhe que acusações impendiam sobre as pessoas presas sem culpa formada e com mandatos em branco. Respondeu-me algo do género "danos colaterais" do processo revolucionário em curso.Perguntei-lhe se sabia quem eram os presos em Pinheiro da Cruz e disse-me que não sabia quem eram. Foi, então, que lhe apontei um nome constante do rol desses presos, um familiar muito chegado a Rosa Coutinho. Fez um ar de espanto e prometeu tomar conta do caso. Vala dizer que os "criminosos colaterais" sairam todos ao fim de 15 dias de cativeiro. Este almirante vermelho tornou-se um magnate com os negócios com Angola. Segundo informações obtidas nesse tempo fiquei a saber que nada entrava em Angola sem o visto deste criminoso.

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