sexta-feira, 22 de maio de 2020

Champalimaud, um grande português.


António Champalimaud e os traumas do PCP - BOM DIA

Um grande senhor, um grande empresário, um grande português, um lutador que nunca esqueceu o seu país, mesmo depois de ter sido espoliado dos seus negócios e das suas propriedades.
Teve que sair do país, relançou os seus negócios além mar, chegou a ser o maior criador de gado do Brasil, depois de relançar a sua vida empresarial readquiriu parte do império que havia sido seu, claramente um bom exemplo de cidadão e emprendedor!

António Champalimaud esteve em Portugal no fim do ano de 1982; e, no momento de partir, no aeroporto, deu uma entrevista a O Globo, de 3 de Janeiro de 1983, da qual se transcrevem estes trechos mais significativos:

- "Que pensa da situação política do País?

- Numa entrevista feita minutos antes da partida para o Brasil, pouco mais lhe posso dizer que o que se está a passar e o mais que se irá passar em Portugal, estava previsto desde o célebre 25 de Abril. É a Nação sob a ditadura dos partidos. É o espectáculo degradante da espoliação do País, pelos interesses acobertados pelos partidos. É a estrangeirada - os estrangeiros são outra coisa - a sugar impunemente o pouco que ainda nos resta.

- Insisto: que pensa dos americanos?

- E eu repito o que já muitas vezes disse, que americanos e socialistas europeus são velhos amigos e aliados. Aos americanos interessa uma Europa economicamente débil. Aos socialistas europeus convém a assistência de uma América capitalista, próspera, e forte, que lhes permita o financiamento das promessas demagógicas da redução sucessiva das horas de trabalho semanal a par de maiores salários, de menor produção e de produtividade decrescente.

- Mas não acha justo menos horas de trabalho e melhores salários?

- Eu acho óptimo. Mas não acredito dentro de uma óptica socialista. É sistema que tem sempre o seu fim, que é o do empobrecimento geral. Isto além de conduzir, entretanto, a situações degradantes para o brio nacional. Hoje, por exemplo, Portugal nem sequer possui capacidade para produzir os alimentos de que o Povo carece. A economia como sistema organizado deixou de existir. É o resultado do socialismo em que Portugal tem vivido desde 1974. Tome boa nota que maiores salários e menos horas de trabalho é igual a progresso. Mas isso exige investimento, produtividade e brio profissional, que são atributos do capitalismo e não do socialismo, do ateísmo, da ideologia e da libertinagem que pervertem a ossatura moral de uma pátria.

- Uma última pergunta: Quando regressa?

- Um grande empreendedor português não pode conter-se dentro dos horizontes geográficos actuais do País. O meu lugar é no Mundo com primazia para o de expressão, tradição e cultura lusíadas. Por conseguinte a pergunta deveria ser formulada mais apropriadamente se indagasse quando eu voltaria a trabalhar aqui em vez de interrogar quando eu regresso. Assim eu responderia que no dia em que terminar a bagunça desavergonhada que por aí vai, a sugar impunemente o que resta aos portugueses. Então poderei ser um elemento útil a trabalhar no meu País. Até lá, sou muito mais proveitoso ao futuro de Portugal, trabalhando exclusivamente no outro lado do Atlântico.

- Seria capaz de apresentar ao País um plano para a sua recuperação económica e saneamento financeiro?

- Não faltam planos dessa natureza. Cada partido tem o seu. Com cada primeiro-ministro sucede a mesma coisa. O Presidente da República dispõe de um gabinete que, segundo parece, não faz outra coisa. Portanto, o problema não é da falta de planos, aliás o plano é o pão de cada dia do socialismo. O que importa fundamentalmente é que se acabe com os planos que os socialistas-comunistas usam para deslumbrar aqueles que de boa-fé os seguem.

O meu único plano seria o de libertar Portugal do socialismo, dando liberdade a cada um para que em casa, na oficina, na fábrica, no campo e na empresa, estabelecesse e executasse o seu próprio programa à sombra de um regime político de lei e de ordem. E esse regime de lei e de ordem significa autoridade e não ditadura. Porque a esta é essencial o recurso à arbitrariedade que não se compraz com o império da lei que importa sempre respeitar. Mas estavam os portugueses dispostos a trabalhar tanto quanto seria necessário? A trabalharem tanto como eu? A pensarem menos em si e mais no País, sabendo-se que da sua prosperidade depende a prosperidade de todos, e que da ruína nacional resultará a ruína de cada um? E muito pior do que isso porque o que nos espera, a continuar por este caminho, é a perda da identidade nacional.

É o fim de Portugal.»

Alexandre Sarmento

8 comentários:

  1. Hoje serão necessários muitos mais destes Portugueses para refundar o nosso país!

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  2. Palavras sábias de um bom Português, inteligente...trabalhador...emoresário e patriota, o que falta como exemplo ao povo português! Deixamos de ter bons exemplos neste País desde 1974 e os resultados estão à vista, miséria e corrupção é o que temos para dar e vender! Viva Portugal.

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  3. SUPER abordagem.
    Que as gerações reflitam de forma isenta e madura.

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  4. A Lucidez deste Senhor e o Seu Amor ao Seu País Portugal Ultrapassava os Seus Interesse como Empresário. Mas Como Empresário Deu Provas Excepcionais por onde Andou.Portugal,França,África Portuguesa e Brasil.E tinha um Sentido de Humor por poucos conhecido.

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  5. A tal personagem que a esquerda chamavam fascista. Mas essa esquerda esquece se ou não que desse lado não existe ninguém que dê ou deu um contributo idêntico de Champalimaud.

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