
Ao que chega a cegueira proporcionada pela ideologia!!!
Somos o quê afinal, muita coisa, mas ao defendermos cegamente uma ideologia deixamos de ser humanos!!!
"A
 Ucrânia — a palavra em ucraniano quer dizer ‘Terra de Fronteira’ — é um
 país na charneira da Europa Central com a Rússia. Recuperou a sua 
independência no desfazer da União Soviética e, nessa ocasião, trocou o 
azul e encarnado com a estrela, a foice e o martelo, de bandeira da 
República Socialista da URSS, pela bandeira azul e amarela.
O azul 
significa o céu, o amarelo o trigo das estepes, símbolo da terra fértil 
que faz da Ucrânia o celeiro do império russo. Com este passado parece 
absurdo que, há precisamente oitenta anos, no Outono-Inverno de 1933, o 
país e o seu povo tivessem sido vítimas de uma das mais terríveis fomes 
do século XX.
Holodomor — ‘morte pela fome’ — foi assim que ficou 
conhecida essa terrível praga que matou cerca de sete milhões de 
pessoas. Mas como é que uma região riquíssima agricolamente — antes e 
depois (hoje é um grande exportador de cereais) — chegou aí?
Os 
responsáveis são dois — um sistema de ideias e um homem — o colectivismo
 socialista e Estaline. Os princípios marxistas-leninistas de 
desenvolvimento económico, implantados depois da revolução de 1917 e da 
vitória bolchevique na guerra civil, priorizavam a colectivização da 
agricultura: houve, no princípio, a supressão dos grandes latifúndios, 
mas em 1922, com a Nova Política Económica, as terras nacionalizadas 
foram apropriadas às centenas de milhares de kulaks, o nome pejorativo 
dos pequenos proprietários autónomos que recorriam ao emprego de outros.

Segundo
 Robert Conquest, no seu clássico The Great Terror, «a colectivização 
destruiu cerca de 25% da capacidade produtiva da agricultura soviética».
 Mas na Ucrânia tudo foi pior: as colheitas foram confiscadas para 
exportação e os produtores e suas famílias deixados morrer à fome. 
Aqueles que resistiam, escondiam grão ou gado, ou em desespero tentavam 
subtrair alimentos das granjas colectivas, eram presos, enviados para os
 campos de concentração da Sibéria ou executados no local. Brigadas de 
comunistas devotos, enquadrados pela GPU (polícia política soviética), 
percorriam a Ucrânia, saqueando e queimando aldeias, casas e 
propriedades dos ‘inimigos do povo’.
«Os homens morriam primeiro, 
depois as crianças, no fim as mulheres», escreveu um contemporâneo. Os 
poucos documentos fotográficos e fílmicos são tenebrosos.
Foi um caso
 claro de genocídio deliberado e executado por razões ideológicas e deve
 ser encarado não apenas como o produto da crueldade racional ou 
paranóica de um homem — Estaline — mas como o resultado natural de um 
sistema de ideias de um modelo político-social.
Um sistema que, por 
todo o mundo do século XX, produziu alguns dos maiores desastres da 
História da Humanidade. Sete milhões de ucranianos, numa população de 
trinta milhões perderam a vida. O Governo soviético ocultou o genocídio e
 para isso teve a cumplicidade não só dos comunistas de toda a Europa, 
mas também das esquerdas, desconfiadas do que lhes parecia uma campanha 
reaccionária.
A Rússia era então o único país comunista do mundo. Álvaro Cunhal, o futuro líder do PCP, tinha 20 anos."
Jaime Nogueira Pinto
in "Sol", 22 de Novembro de 2013.
Chamem o mamado e a Catarina catar Moreira
ResponderEliminarMALDADE SEM LIMITES
ResponderEliminar