sexta-feira, 12 de março de 2021

TAP, mais um BES, mais um BPN...


Será que o dinheiro público é elástico ou só sai do bolso dos outros contribuintes, ou serão os portugueses uma fábrica de dinheiro?


Venderam as empresas públicas a privados com a desculpa que só davam prejuízo, hoje as mesmas empresas dão lucro aos privados, exactamente aquilo que se passa com a TAP, os prejuízos continuamos a ser nós contribuintes a suportá-los, não entendo a lógica destes negócios a não ser um roubo encapotado ao povo português.
Estamos a falar de perdas e de um um investimento de cerca de quatro mil milhões de euros por parte do Estado Português, ou seja, do dinheiro dos contribuintes, injectar capital numa empresa que não é prestadora de um serviço público, tal como a saúde ou a educação, não vejo qual a lógica, além de nem sequer ser uma empresa estratégica pois concorrentes no sector não faltam, e a custo zero para o contribuinte!!!


Foi o que se passou com a TAP, o Estado Português assumiu a maioria das acções, mas ao fazê-lo assumiu a quase totalidade dos compromissos, cerca de 95% das responsabilidades neste caso!!! E o mais caricato foi mesmo o Estado Português ter ficado sem poder executivo, facto que não cabe na cabeça de ninguém, se o Estado assumiu a quase totalidade das responsabilidades desta companhia de transportes aéreos, por que razão não haveria de assumir o controle e gestão da mesma, isto parece uma brincadeira de mau gosto, brincar com o dinheiro dos contribuintes!!!


O que é certo é que, nós os contribuintes fomos sendo sucessivamente lesados neste processo, uma aposta num poço sem fundo, um buraco financeiro do conhecimento de todos, um problema sem fim à vista, e pelo que podemos constatar, ad eternum, pois por muito capital que se injecte na companhia, nunca se resolverá problema algum, apenas servirá como cuidado paleativo.
O que na verdade se passa com a TAP é haver accionistas que são ao mesmo tempo clientes e prestadores de serviços desta companhia, como é óbvio, saem sempre beneficiados, podem perder umas migalhas por um dos lados e ter lucros astronómicos por outro, exactamente aquilo que se passou. 
Já se perdeu a conta aos milhares de milhões injectados nesta companhia, arrisco mesmo dizer que temos aqui mais um monumental buraco financeiro ao nível de um BPN ou um BES, , ou no final do processo o somatório quiçá seja até maior do que o monumental buraco da banca, que todos bem conhecemos.


Para já falam de injectar capital, mas ainda ninguém se lembrou de dizer aos portugueses o montante dos compromissos assumidos pela companhia, quais os seus custos e quais as penalizações em caso de incumprimento, estamos portanto a jogar num casino, o resultado não poderá ser outro que não o assistirmos a mais um negócio absolutamente vergonhoso e ruinoso!!!
Desinveste-se na Saúde, na Justiça, na Educação, e em quase tudo aquilo que diga respeito a serviços públicos, mas insistimos em manter de pé perfeitos elefantes brancos! 
Já ninguém tem dúvidas da existência de uma relação de concubinato entre os senhores que ocupam o poder e gerem os dinheiros públicos e estas empresas de falsa bandeira que apenas existem para justificar o evaporar de dinheiros públicos, públicos é uma forma de dizer, pois são dinheiro sacado ao contribuinte através de um verdadeiro saque fiscal, duplas tributações e outras vigarices e esquemas fraudulentos estudados e implementados por criminosos ao serviço do Estado e a coberto de uma Justiça corrupta.
Isto é o resultado de assistirmos e participarmos impávidos e serenos ao saque aos nossos bolsos e da apropriação encapotada por parte do Estado da propriedade privada. Portanto, não é de estranhar que estejamos cada vez mais endividados, cada vez mais gente a viver em condições infra-humanas, a pobreza começa a ser a imagem deste regime, e cada vez mais nos identificamos com os países ditos comunistas, assistimos impunemente a uma venezuelização deste país!!!


Mais uma vez meto o dedo na ferida e pergunto, quantos de nós usámos os serviços da TAP? 
Deixo mais uma questão, quando alguma das empresas não públicas, as particulares, as pequenas, micro e médias empresas estão em processo de falência, tem o Estado atitude semelhante a isto a que assistimos com a TAP, ou então ou não irá cambada necrófila das finanças a correr ter com os responsáveis dessas empresas a fim de resgatar até ao último cêntimo o pouco que o proprietário ou gestor dessas empresas ainda possa ter no bolso?


Vivemos mesmo num Portugal dos Pequeninos, num Portugal a várias velocidades, de um lado o deserto, o Portugal Profundo e do outro os grandes centros, os locais onde se decide, onde se cozinham os negócios, onde se estuda a arte de sacar, a arte de escapar impune aos braços da lei, o antro!!!
Para concluir, apenas nos podemos ir preparando para o pior, ou seja, mais uma vez desembolsar uns milhares de milhões de euros para pagar os devaneios de uma cambada de prostitutos, políticos de várias cores, gestores que não passam de testas de ferro de outros interesses, e mais uma vez lá vamos pagar por algo que nunca nos serviu, aliás, já estamos habituados e ao que parece, gostamos!!!
Porreiro, pá!

Alexandre Sarmento





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