domingo, 29 de dezembro de 2019

A bem da verdade.


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A bem da verdade...
O que dizer de um regime baseado em embustes e falsidades, um regime em que a verdade factual ficou relegada a um lugar inexistente, para mim então vivemos um não regime, uma farsa.
Uma farsa montada com o objectivo de denegrir a figura de Salazar e ocultar o excepcional trabalho da diplomacia portuguesa nos tempos da segunda grande guerra.
Revisionismo histórico, montar embustes e falsidades, tal como o fizeram em tantos outros assuntos, com um único objectivo, defender o actual regime, também ele todo montado sobre uma pilha de mentiras do tamanho do Everest.
Na sequência da polémica suscitada pela entrevista realizada no semanário O Diabo (2 de Julho de 2013) ao autor de O Cônsul Aristides de Sousa Mendes. A Verdade e a Mentira, veio, no número imediatamente seguinte (9 de Julho de 2013), este trecho deveras significativo:
«O Professor José Hermano Saraiva revela no volume 6.º das suas Memórias, publicadas pelo semanário “Sol”, uma conversa com o Professor Leite Pinto: “Fala, a propósito, na operação de salvamento dos refugiados republicanos espanhóis e dos judeus que, no início da Segunda Guerra Mundial, se acumulavam na fronteira de Irun, na ânsia de salvar as vidas. Vieram embarcados nos vagões da Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta, que iam até Irun carregados de Volfrâmio, e voltavam a Vilar Formoso carregados de fugitivos. (…) Segundo um protocolo firmado pelas autoridades ferroviárias dos dois países, os vagões deviam circular selados, quer à ida quer à vinda. Um dos que assim salvaram a vida foi o Barão de Rothschild. O embaixador Teixeira de Sampaio confirmou-me, mais tarde, esses factos. O salvamento de 30.000 refugiados deu-se ao mesmo tempo que o cônsul de Portugal em Bordéus, em cumplicidade com dois funcionários da PIDE, falsificava algumas centenas de vistos, que vendia por bom preço a emigrantes com dinheiro. Um dos que utilizaram esta via supôs que todos os outros vieram do mesmo modo – e assim nasceu a versão, hoje oficialmente consagrada, de que a operação de salvamento se deve ao cônsul de Bordéus, Aristides de Sousa Mendes. Este, homem muito afecto ao Estado Novo, nem sequer foi demitido, mas sim colocado na situação de aguardar aposentação. Os seus cúmplices da PIDE foram julgados, condenados e demitidos”».
José Hermano Saraiva

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