O ataque directo a Portugal na sequência do artigo 73º da Carta das Nações Unidas, respeitante a territórios não-autónomos, facto curioso é terem sido os nossos parceiros naturais a fazer parte da lista daqueles que nas Nações Unidas foram os primeiros a apoiar a desconstrução do Império!!!
«Todos os nossos territórios estão abertos à observação de quem quer e o Governo e os Serviços publicam dados suficientes para se saber em cada momento como marcha a administração. A posição que havemos tomado, e manteremos, não vem pois de pretendermos ocultar seja o que for mas de que nos é impossível aceitar para as nossas províncias ultramarinas, que fazem parte da Nação, situação equivalente à de territórios tutelados pela ONU e destinados a subsequente secessão, bem como prestar contas ali de como os Portugueses entendem governar-se na sua própria casa. É ilegítimo da parte das Nações Unidas resolver discriminatoriamente contra Portugal; a Assembleia Geral não tem competência para declarar não autónomos territórios de qualquer potência. Esta é a interpretação juridicamente correcta e que sempre foi dada aos princípios da Carta. Nesses termos fomos admitidos e, se outro fosse o entendimento dos textos, é certo que não nos teríamos apresentado a fazer parte da Organização» (in Oliveira Salazar, Portugal e a Campanha Anticolonialista, SNI, 1960, pp. 16-17)
,No intuito de suscitar o separatismo entre a Metrópole e os territórios ultramarinos, sob pena de Portugal se tornar - imagine-se - numa ameaça à paz internacional, como se Portugal fosse um país belicista que se entretinha a destruir e a instaurar a democracia que todos reconhecemos a título de exemplo, e porque não pela parte dos paladinos da liberdade, os EUA, a grande hipocrisia!!!
«Nos debates, a ONU ultrapassa-se em violência. Portugal é alvo principal, e acaso único. Durante semanas, uma delegação após outra lançam aos portugueses e seu governo as acusações mais brutais, as ameaças mais temerosas. Racismo, colonialismo económico, opressão, massacre de populações, genocídio como objectivo político, seriam os traços fundamentais de uma orientação deliberada de Portugal no Ultramar; a miséria, o atraso medieval, a doença, a fome – não há um médico, uma escola, uma estrada – são apontados como formando o quadro de uma situação que Portugal mantém pelo simples gozo de a manter; e tudo isto requer medidas drásticas a impor pelas nações. Portugal surge e é apresentado como réu de crimes contra a humanidade: e à humanidade cumpre punir Portugal, e com dureza» (in Franco Nogueira, Salazar, V, A Resistência – 1958-1964 –, Livraria Civilização Editora, 1984, p. 173)
No fundo, estava-se perante um plano de guerra em sua fase embrionária, a qual rebentaria a 15 de Março de 1961 com o ataque terrorista da UPA às populações do Norte de Angola, e a que não fora estranho o auxílio de Washington, através da CIA e outras organizações, entre as quais algumas ditas de cristãs, tudo estratégicamente estudado e delineado em Nova Iorque pela Organização das Nações Unidas.
«A partir do Congo e no interior de Angola organizou-se a revolta. Não restam dúvidas sobre o papel aglutinador da UPA e o trabalho de campo dos seus membros, confirmado por Holden Roberto. Durante uma visita a Túnis, Holden Roberto disse ao seu amigo e mentor Frantz Fanon: “Preste muita atenção a 15 de Março, o dia do debate nas Nações Unidas; coisas muito importantes vão acontecer nesse dia em Angola”. Em 10 de Março, por exemplo, um jovem quadro da UPA, Manuel Bernardo Pedro, incitou uma multidão de 3000 negros, reunidos numa mata perto de Nova Caipemba. As suas instruções foram específicas: destruir plantações, casas, pontes, aeródromos, quebrar enfim o sistema vital dos brancos. Este apelo à razia pura e simples decorria da perspectiva tribalista dos seguidores de Holden Roberto. Um investigador da história angolana observou: “a UPA não tinha em 1961 uma estratégia nacional, mas uma estratégia meramente tribal para os povos Bakongo e Dembos”. No dia 15 de Março, Holden Roberto estava em Nova Iorque, a pretexto da sessão do Conselho de Segurança. Reclamou para a UPA, em conferência de imprensa, a direcção de 40 000 quadros e mais de 500 000 simpatizantes dentro de Angola» (in José Freire Antunes, Kennedy e Salazar, Difusão Cultural, 1991, pp. 187-188)
E como tudo o que é bom tem um fim, o Império teve o fim anunciado e temido, enfim, tudo acabaria, com o desaparecimento de Salazar, nós os portugueses, a Nação portuguesa que se estendia do Minho a Timor, morreu, morreu o sonho, fomos traídos, e o mais triste de tudo isto, foi vermos neste vergonhoso processo, entre os nossos maiores inimigos, portugueses, um bando de traidores, os coveiros da Nação.
Sobre a firmeza e a tenacidade de Oliveira Salazar, entre outras características incomuns da sua índole, reporta-nos Franco Nogueira: «Lisboa, 14 de Abril [de 1961] – Todo o país está vergastado por um temporal político que deve ser raro na sua história. Compreendem-se agora melhor os tumultos, os morticínios, o terrorismo que lavram no Norte de Angola desde há um mês. Há um propósito internacional claro, deliberado, de fazer ajoelhar o governo de Lisboa e de vergar, pelo medo e pelo desvairo, o povo português. Se esta pressão se mantém, e apesar do gesto de Oliveira Salazar, por quanto tempo será suportável esta atmosfera? Firmeza, tenacidade, espírito de sacrifício e luta são coisas que desconhecemos entre nós» (in Um Político Confessa-se, p. 13)
Uma indiscritível barbárie que os revolucionários de Lisboa, em conivência com os movimentos terroristas de filiação comunista, tratariam de enaltecer não obstante as centenas de milhares de mortos em Angola, Guiné e Moçambique.
A triste sina de Portugal, após a entrega do Ultramar aos movimentos terroristas apoiados, financiados e municiados do exterior, tem-se, infelizmente, reflectido na integração das suas Forças Armadas no âmbito daquele que já é, para todos os efeitos, o exército único das Nações Unidas. A essa integração tem, aliás, correspondido o que eufemisticamente se designa pela participação de Portugal nas “missões de paz” da ONU, como a Força Internacional para Timor-Leste (INTERFET) e a Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET), assim como a Missão das Nações Unidas para o referendo no Saara Ocidental (MINURSO), a EUFOR Althea na Bósnia, a KFOR no Kosovo, ou ainda a Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF) no Afeganistão e a Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO, anteriormente MONUC). E não se esqueça, entretanto, a “participação” de Portugal no âmbito da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), que surgiu na sequência da “força de paz” da União Africana constituída por 6000 elementos, nomeadamente a Missão Internacional de Apoio à República Centro-Africana (MISCA).
«Nos debates, a ONU ultrapassa-se em violência. Portugal é alvo principal, e acaso único. Durante semanas, uma delegação após outra lançam aos portugueses e seu governo as acusações mais brutais, as ameaças mais temerosas. Racismo, colonialismo económico, opressão, massacre de populações, genocídio como objectivo político, seriam os traços fundamentais de uma orientação deliberada de Portugal no Ultramar; a miséria, o atraso medieval, a doença, a fome – não há um médico, uma escola, uma estrada – são apontados como formando o quadro de uma situação que Portugal mantém pelo simples gozo de a manter; e tudo isto requer medidas drásticas a impor pelas nações. Portugal surge e é apresentado como réu de crimes contra a humanidade: e à humanidade cumpre punir Portugal, e com dureza» (in Franco Nogueira, Salazar, V, A Resistência – 1958-1964 –, Livraria Civilização Editora, 1984, p. 173)
No fundo, estava-se perante um plano de guerra em sua fase embrionária, a qual rebentaria a 15 de Março de 1961 com o ataque terrorista da UPA às populações do Norte de Angola, e a que não fora estranho o auxílio de Washington, através da CIA e outras organizações, entre as quais algumas ditas de cristãs, tudo estratégicamente estudado e delineado em Nova Iorque pela Organização das Nações Unidas.
«A partir do Congo e no interior de Angola organizou-se a revolta. Não restam dúvidas sobre o papel aglutinador da UPA e o trabalho de campo dos seus membros, confirmado por Holden Roberto. Durante uma visita a Túnis, Holden Roberto disse ao seu amigo e mentor Frantz Fanon: “Preste muita atenção a 15 de Março, o dia do debate nas Nações Unidas; coisas muito importantes vão acontecer nesse dia em Angola”. Em 10 de Março, por exemplo, um jovem quadro da UPA, Manuel Bernardo Pedro, incitou uma multidão de 3000 negros, reunidos numa mata perto de Nova Caipemba. As suas instruções foram específicas: destruir plantações, casas, pontes, aeródromos, quebrar enfim o sistema vital dos brancos. Este apelo à razia pura e simples decorria da perspectiva tribalista dos seguidores de Holden Roberto. Um investigador da história angolana observou: “a UPA não tinha em 1961 uma estratégia nacional, mas uma estratégia meramente tribal para os povos Bakongo e Dembos”. No dia 15 de Março, Holden Roberto estava em Nova Iorque, a pretexto da sessão do Conselho de Segurança. Reclamou para a UPA, em conferência de imprensa, a direcção de 40 000 quadros e mais de 500 000 simpatizantes dentro de Angola» (in José Freire Antunes, Kennedy e Salazar, Difusão Cultural, 1991, pp. 187-188)
E como tudo o que é bom tem um fim, o Império teve o fim anunciado e temido, enfim, tudo acabaria, com o desaparecimento de Salazar, nós os portugueses, a Nação portuguesa que se estendia do Minho a Timor, morreu, morreu o sonho, fomos traídos, e o mais triste de tudo isto, foi vermos neste vergonhoso processo, entre os nossos maiores inimigos, portugueses, um bando de traidores, os coveiros da Nação.
Sobre a firmeza e a tenacidade de Oliveira Salazar, entre outras características incomuns da sua índole, reporta-nos Franco Nogueira: «Lisboa, 14 de Abril [de 1961] – Todo o país está vergastado por um temporal político que deve ser raro na sua história. Compreendem-se agora melhor os tumultos, os morticínios, o terrorismo que lavram no Norte de Angola desde há um mês. Há um propósito internacional claro, deliberado, de fazer ajoelhar o governo de Lisboa e de vergar, pelo medo e pelo desvairo, o povo português. Se esta pressão se mantém, e apesar do gesto de Oliveira Salazar, por quanto tempo será suportável esta atmosfera? Firmeza, tenacidade, espírito de sacrifício e luta são coisas que desconhecemos entre nós» (in Um Político Confessa-se, p. 13)
Uma indiscritível barbárie que os revolucionários de Lisboa, em conivência com os movimentos terroristas de filiação comunista, tratariam de enaltecer não obstante as centenas de milhares de mortos em Angola, Guiné e Moçambique.
A triste sina de Portugal, após a entrega do Ultramar aos movimentos terroristas apoiados, financiados e municiados do exterior, tem-se, infelizmente, reflectido na integração das suas Forças Armadas no âmbito daquele que já é, para todos os efeitos, o exército único das Nações Unidas. A essa integração tem, aliás, correspondido o que eufemisticamente se designa pela participação de Portugal nas “missões de paz” da ONU, como a Força Internacional para Timor-Leste (INTERFET) e a Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET), assim como a Missão das Nações Unidas para o referendo no Saara Ocidental (MINURSO), a EUFOR Althea na Bósnia, a KFOR no Kosovo, ou ainda a Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF) no Afeganistão e a Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO, anteriormente MONUC). E não se esqueça, entretanto, a “participação” de Portugal no âmbito da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), que surgiu na sequência da “força de paz” da União Africana constituída por 6000 elementos, nomeadamente a Missão Internacional de Apoio à República Centro-Africana (MISCA).
Para concluir, hoje através dos nosso "governo", uma especie de fantoches dos verdadeiros governantes deste planeta cada vez mais desumanizado e miserável, defendemos os verdadeiros colonialistas, alinhamos ao lado daqueles que nada trazem de positivo aos povos um pouco por todo o globo, a pretexto de os libertarem da opressão e de governantes tiranos e ditadores, vão levando esses povos à miséria, tomando-lhes os territórios e suas riquezas para subsequentemente entregarem a propriedade que seria um bem inalienável desses mesmos povos aos interesses das grandes multinacionais.
Não é necessário estar muito atento para se chegar a essa conclusão, pois basta abrir um qualquer jornal e ver a miséria que grassa em todo o continente africano e mais particularmente em Moçambique, basta juntar dois mais dois para que cheguemos à conclusão de estarmos mais uma vez na presença de actividade terrorista financiada ou promovida pelos mesmos do costume. Primeiro provocam o problema promovem o caos e desordem para depois aparecerem como sendo eles os salvadores, a suprema hipocrisia!!!
Alexandre Sarmento
https://toranja-mecanica.blogspot.com/2021/04/os-massacres-no-norte-de-angola-15-de.html
ResponderEliminarAbsolutamente de acordo com as suas palavras. E fica no ar a pergunta? Quem está neste momento a patrocinar ás investidas em cabo delgado.?
ResponderEliminarOra nem mais.
ResponderEliminarO nosso dever para com os povos africanos era prosseguimos em comum se houvesse um referendo muitos deles queriam ser parte integrante do território de Portugal como um todo.
Ora nem mais.
ResponderEliminarO nosso dever para com os povos africanos era prosseguimos em comum se houvesse um referendo muitos deles queriam ser parte integrante do território de Portugal como um todo.
Um ótimo texto
ResponderEliminarInfelizmente assistimos a toda esta tragédia e ao fim de um povo