Belíssimo artigo que "nacionalizei" ao meu caro amigo, o Comandante José Luiz Costa Sousa, artigo que subscrevo na íntegra, e agradeço desde já a sua disponibilização.
«Os velhos senhores da democracia… (Escrito meu de 2005, para um jornal regional, ora reeditado… enfim pensares passados)
Chegaram numa manhã de Abril, vindos do nada ou do nevoeiro de duvidosos exílios, florindo cravos vermelhos, e alvorecendo sebastianismos adormecidos neste Povo, que é lirismo, emoção, anti razão e crendice; apregoavam sonhos e vendiam democracia e liberdade a troco de poder, garantindo a pés juntos serem tais ideias a fonte de felicidade eterna para todos nós; o Zé, impenitente consumidor de banha da cobra, acreditou, foi a votos, e fez deles o Poder que temos tido.
E eles... esses sebastiânicos vendedores de promessas, pegaram num País com pleno emprego, indústria desenvolvida, sem dívidas, com as terceiras maiores reservas de ouro e divisas do Mundo, etc. e desempregaram-no, arruinaram a indústria, as pescas, a agricultura, a educação, o turismo, o orgulho nacional, etc... e transformaram Portugal numa humilhante cautela penhorada no prego do City Bank, propriedade dum tal saudita, fazendo de todos nós míseras hipotecas ambulantes, até ao fim das gerações vindouras; viramos camelos pagantes de dívidas incalculáveis ao dito árabe e não só, a quem nos empenharam as vidas como se foramos tamanhas alimárias.
Refiro-me à chamada titularização dos créditos públicos; o City Bank é hoje titular dos direitos aos impostos pagos por todos nós, até só Deus sabe quando; a este propósito, questionemo-nos acerca dos porquês da intocabilidade e do arábico salário do Director Geral de Contribuções e Impostos?!.
E mais... carbonizaram-nos a terra, os teres e haveres, os corpos e a alma, em vagas anuais do mais dantesco terrorismo incendiário de todo o sempre, movidos por cifrões, meros cifrões.
Os média e a oposição vieram a público, recentemente, com nomes sonantes da política, ligados aos bilionários negócios dos incêndios:- o aluguer e venda de meios aéreos para os combater, e as indústrias de celuloses e madeiras compradoras do produto final dos fogos, chamuscadas árvores a preços de nada; é tudo cifrões.
Mas o Zé, “naif” como é, não acredita em tal dislate, e vai daí, até lhe botaram a culpa em cima, e acredita o pobre diabo coitado, que é ele o incendiário, por via das suas piriscas, sardinhadas e queimadas; Zé, não há mesmo nada a fazer por ti!
Esta realidade cataclismica instalou-se na vida dos portugueses pela mão de vigários doutorados em democracias e afins, os tais velhos senhores, que chegaram numa manhã de Abril de 74.
Os cujos, em nome da democracia, fizeram de Portugal um perfeito “Máfia State” e um “Failing State”; dúvidas?! leia-se o último e insuspeito relatório oficial do Banco Mundial, onde se afirma que a corrupção (máfia oficial) em Portugal nos rouba 2/3 do rendimento individual!
Mas a democracia e a liberdade, enquanto ideias políticas, estão inocentes em tal desastre; os senhores da política, esses, não.
Na política, como em tudo na vida, o Homem é a “medida de todas as coisas” e, como tal, é também a chave do bom ou mau funcionamento dos sistemas políticos; se a qualidade dos homens é boa, até um mau sistema funciona bem, mas se a qualidade é má, então, não há organização que resista.
O drama da democracia lusa é que os homens que dela se apropriaram não prestam e, se algum houve ou há que preste, foi ou é eliminado, liminarmente, pela mediocridade e corrupção supradominantes.
Democracia em Portugal é corrupção generalizada, nepotismo absoluto, irresponsabilidade ilimitada, incompetência chocante, delapidação total da riqueza e património nacionais, secundarização do interesse nacional aos “lobbies” instalados e aos dirigentes políticos que a dita pariu, e que nela chulam, como se duma ordinária rameira se tratasse, a mãe dos cujos.
A nossa “democracia” está organizada como qualquer outra, com os poderes legislativo, executivo e judicial institucionalizados, supostamente independentes, e com eleições e liberdade de expressão políticas consagradas numa constituição; formalmente, é perfeita.
Mas, perverteram-na numa “de facto” ditadura dos partidos, que são alternadamente (des)governos, servindo estes apenas os seus interesses, dos políticos e “lobbies” instalados, conluiados à laia maçónica para a conquista e uso do poder em exclusivo proveito próprio, à custa de e contra o Povo.
A cor do poder é irrelevante; a prática política é a mesma, seja esta qual fôr; as ideologias, subjacentes às cores, há muito que foram enterradas nas gavetas; morreram, ficaram-se pelo século passado; hoje são só folclore, chulas, viras e fandangos para o Zé ver, ouvir e comer.
A independência dos poderes legislativo, executivo e judicial, pilar vital do são funcionamento de qualquer democracia, não existe em Portugal, antes pelo contrário, há entre eles uma promiscuidade enxundiosa, nauseabunda e criminosa.
A independência do poder judicial, derradeiro garante da aplicação da lei com universalidade, isenção e oportunidade, não existe; o poder judicial e o executivo vivem “amancebados”, logo a justiça não funciona contra os abusos do poder, e a corrupção tornou-se dona e senhora dos destinos e (in)destinos dos portugueses.
O poder executivo “anestesiou” o poder judicial, com elevados salários, com excessivas e exclusivas benesses e, sobretudo, “drogou-o” com as mordomias e o mediatismo da ribalta do poder, nomeando os seus representantes para cargos políticos de ministros, inspectores gerais, directores gerais, etc.
Por sua vez, o poder judicial, beneficiário de tais benesses e nomeações, decide legalmente a prescrição e/ou absolvição técnica ou “acidental” da maioria dos casos de corrupção e outros, que envolveram ou envolvem as gentes gradas da política e não só; sabem dalgum exemplar da fauna política ou financeira condenado em tribunal?!
A conivência dos grupos de interesses instalados é irreversível e insolúvel no círculo vicioso em que se constituiram os poderes político, financeiro, média e judicial, gerando esta situação de corrupção endémica, definitiva e total do País.
Por sua vez, esses grupos de interesses usam, sempre que necessário, os poderes de que dispôem, para chantagear/ forçar o poder político a servi-los a eles, e não ao Povo.
Qualquer côr no poder é refém destas maçonarias; e se por hipótese, apesar dos rigorosos filtros político partidários, excepcionalmente, um “inocente” bem intencionado chegar a Primeiro Ministro, como um ou outro o possam ter sido, tal “avis rara” é impotente contra a “mafiocracia” instalada e, ou se prostitui, ou se demite (Guterres?), ou é demitido (Santana Lopes?).
As celebradas liberdades políticas, que deviam teoricamente sanear a democracia corrupta, são meras formalidades, realidades virtuais, coisas do papel, e de gentes de boa fé.
No Portugal de hoje não há políticos aprisionados em “Tarrafais”; e há liberdade física sim, mas não mental; o dissidente polítido de hoje está enjaulado no seu “próprio” pensamento, solidamente pré fabricado, mantido e vigiado pela comunicação social/propaganda de serviço a tais “máfias” e pela práctica política.
Os média, pertença dos lobbies financeiros que subjugam o poder político, manipulam a mente do Povo, determinando-lhes o que pensar e em quem votar, para melhor os servir. Ninguém é imune a esta lavagem cerebral mediatizada, sistemática e continuada.
A infalível censura de hoje não amputa escritas a lápis, amputa vidas com o poder de despedir, não empregar e ou excomungar os portugueses “politicamente incorrectos”, “assassinando-os” profissional, económica ou socialmente; tenebroso; que aconteceu a todos os que um dia ousaram erguer a voz para denunciar a corrupção e os males do sistema?! Onde estão?! No tarrafal do desemprego e do ostracismo social, ex. o denunciante das facturas falsas, o das propagandas médicas, etc.
A censura “democrática” não tem existência física vísivel, está insidiosamente instalada na mente e no sentido de sobrevivência de cada um, apenas se sente ou pressente, é cobarde, hipócrita, traiçoeira, vingativa e implacável; a censura do passado, ao lado desta, era inocência.
Os portugueses não têm a percepção desta adulteração criminosa da democracia, e recusam tal realidade se alguém a expõe friamente, chamando os bois pelos cornos; quais maridos enganados, não acreditam nos ditos, até ao flagrante.
E aí estamos nós, cegos e autoconvencidos de incógnitas glórias democráticas, a pregar o último prego no caixão das finanças do Estado, inventando TGV´s, OTAS e outras inutilidades idiOtas, para abarrotar os cofres das máfias, tais quais “térmitas acéfalas a caminho do matadouro”, como escrevia há algum tempo, realisticamente, Nuno Rogeiro.
José Luiz da Costa Sousa,
Artigo escrito em 2005 para um jornal regional e agora alguém se lembrou de o reeditar... no mesmo jornal..
Curioso o que eu então pensava ... em 2005»
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