Não me temo de Castela
Donde guerra inda não soa,
Mas temo me de Lisboa,
Que o cheiro d'esta canela
O reino nos despovoa,
E que algum embique ou caia!
O longe va, mao agouro
Falar por aquela praia
Na riqueza de Cambaia,
Narsinga das torres de ouro.
Ouves, Viriato, o estrago
Que ca vai dos teus custumes:
Os leitos, mesas, os lumes,
Tudo cheira: eu olios trago,
Vêm outros, trazem perfumes.
E aos bons trajos de pastores
Em que saístes ás pelejas
Vencendo tais vencedores,
São trocados os louvores,
São mudadas as envejas!
É entrada polos portos
No reino crara peçonha
Sem que remedio se ponha.
Ums doentes, outros mortos,
Outro polas ruas sonha.
Fez nos a ousada avareza
Vencer o vento e o mar,
Vencer caje a natureza.
Medo hei de novo a riqueza
Que nos torne a cativar,
Mas temo me de Lisboa,
Que o cheiro d'esta canela
O reino nos despovoa,
E que algum embique ou caia!
O longe va, mao agouro
Falar por aquela praia
Na riqueza de Cambaia,
Narsinga das torres de ouro.
Ouves, Viriato, o estrago
Que ca vai dos teus custumes:
Os leitos, mesas, os lumes,
Tudo cheira: eu olios trago,
Vêm outros, trazem perfumes.
E aos bons trajos de pastores
Em que saístes ás pelejas
Vencendo tais vencedores,
São trocados os louvores,
São mudadas as envejas!
É entrada polos portos
No reino crara peçonha
Sem que remedio se ponha.
Ums doentes, outros mortos,
Outro polas ruas sonha.
Fez nos a ousada avareza
Vencer o vento e o mar,
Vencer caje a natureza.
Medo hei de novo a riqueza
Que nos torne a cativar,
Sá de Miranda
Sem comentários:
Enviar um comentário