Em agenda, quero registar as declarações, feitas em Janeiro de 1976, pelo alferes comando Marcelino da Mata, herói da Guiné, galardoado com a Torre e Espada - um militar que me honro de ter por camarada.
Marcelino da Mata, preso e torturado, no período gonçalvista, é o símbolo de muitas outras vítimas dos cobardes assassinos pêcêpistas, que quase puseram Portugal a ferro e fogo. A defesa dessa gente, a defesa de companheiros de armas, arrastados para a ignomínia da sujeição à arrogância dos tais rapazinhos muito novos, muito "valentes", muito sebentos no corpo e na alma, também a chamámos a nós, os do MDLP.
Declarações do Alferes Comando, MARCELINO DA MATA, sobre a sua prisão e tortura sofridas no RALIS.
- No dia 17/5/75, quando me encontrava em Queluz Ocidental, ouvi pela rádio ser comunicado que me encontrava preso, no RALIS. Perante tal absurdo, dirigi-me ao Regimento de Comandos na Amadora, Unidade onde estava colocado, e falei com o Oficial de Serviço, capitão Ribeiro da Fonseca, ao qual contei o que acabara de ouvir e pedi que esclarecesse a situação.
O capitão Ribeiro da Fonseca, na minha presença, telefonou para o RALIS e falou com o tenente Coronel Leal de Almeida, tendo o mesmo respondido que me deviam levar imediatamente escoltado para esta Unidade. Telefonou ainda o capitão Fonseca para o COPCON falando directamente com o brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho, o qual confirmou que me devia entregar ao RALIS pois estavam concentradas todas as operações nesta Unidade. Foi assim que escoltado por tenente-comando e duas praças fui levado para o RALIS. Uma vez chegado à Unidade referida e enquanto o tenente que me escoltava se dirigia ao oficial de serviço, aproximou-se de mim um furriel armado que me disse ter ordens para me levar para a casa da guarda e manter-me aí incomunicável. Apareceu entretanto um aspirante que me levou para uma sala do edifício do Comando onde permaneci sozinho até às 24.00.
Apareceu depois das 24.00 um indivíduo alto, forte e de cabelo e barba compridos que, intitulando-se segundo comandante do RALIS, mas que depois vim a saber que se tratava de um militante do MRPP conhecido por "RIBEIRO", me estendeu um papel para aí eu escrever tudo o que sabia sobre o ELP.
Mais tarde apareceu um aspirante e um furriel chamado DUARTE e o capitão QUINHONES que tornaram a fazer a mesma pergunta. Uma vez que jamais tinha ligação com o ELP ou qualquer organização outra, respondi-lhe negativamente. Entrou então o capitão QUINHONES MAGALHÃES, disse-me que me ia fazer o mesmo que se fazia na Guiné aos "turras" quando não queriam falar e puxou do seu cinturão no que foi secundado pelo furriel Duarte. Saíu o capitão QUINHONES e regressou acompanhado de outro indivíduo, baixo e forte, que também vim a saber ser do MRPP e conhecido por "JORGE", e mais outro furriel, aos quais o capitão QUINHONES ordenou que me fossem batendo à bruta até que eu confessasse. Apareceu então o tenente coronel LEAL DE ALMEIDA que me disse que os pretos só falavam quando levavam porrada e eram torturados e que não tinha outra solução senão ordenar que me fizessem isso.
Ordenou o capitão QUINHONES que me encostassem à parede e despisse a camisa, o que tive de fazer. Após isto, fui agredido sete vezes com uma cadeira de ferro nas costas o que me provocou vários ferimentos. Não resistindo caí, mas o capitão QUINHONES disse que me pusesse de joelhos e um outro indivíduo que entrou, intitulando-se oficial de marinha agrediu-me mais duas vezes com a cadeira. Após isto o capitão QUINHONES e furriel DUARTE, um de cada lado, agrediram-me com o cinturão por todo o corpo, e eu, que já sentia dores na coluna, senti dores nas costelas e caí novamente no chão.
O capitão QUINHONES ria-se e dizia que o tenente-coronel LEAL DE ALMEIDA queria que eu falasse nem que eu ficasse todo partido e que ele ia mesmo fazer-me falar.
Passados uns momentos, quando me encontrava novamente sentado, e como fizesse tenção de reagir às agressões, algemaram-me e perguntaram-me se eu conhecia uns indivíduos, os quais haviam entrado mais ou menos quando me começaram a agredir com a cadeira de ferro. Como eu dissesse que conhecia alguns deles e outros não foram-me dizendo os nomes apontando para eles e enunciaram um COELHO DA SILVA, um Doutor MAURÍCIO, que não conhecia, e o JOÃO VAZ, ALVARENGA AUGUSTO FERNANDES (BATICAN) e o ARTUR, todos africanos, os quais já conhecia da Guiné. Então o capitão QUINHONES ordenou ao tal "JORGE" que pegasse num fio eléctrico e me torturasse, tendo-me este dado choques nos ouvidos, sexo e no nariz. Pela terceira vez que me fizeram isto desmaei, pois não aguentei.
Quando recuperei tornaram, o capitão QUINHONES e o furriel DUARTE, a agredir-me com os cinturões e a cadeira de ferro, sentindo eu nessa altura que devia estar com fractura da coluna e costelas e tinha vários ferimentos grandes em todo o corpo. Mais uma vez não aguentei e desmaei.
Ao recuperar os sentidos encontrava-me todo molhado e ensanguentado, não tinha movimentos nas pernas e quase não podia respirar além de fortes dores por todo o corpo.
Por volta das 6h do dia 18 trouxeram para junto de mim e dos outros indivíduos que estavam ali presos e já mencionados, o FERNANDO FIGUEIREDO ROSA, também da Guiné, ao qual agrediram com a cadeira de ferro e arrastaram para fora da sala. Entretanto entrou também uma senhora que dizia ser mulher do COELHO DA SILVA à qual o furriel apalpou as nádegas e seios e outras partes do corpo, frente ao marido. Fui algemado, logo a seguir à entrada da senhora, e conduzido à prisão onde um furriel encheu com água, até ao nível dos tornozelos a cela.
Por volta das 23.00 fui retirado da prisão e vi o tenente fuzileiro CORTE REAL e o ex-tenente fuzileiro FALCÃO LUCAS cá fora, os quais ao ver o meu estado me disseram que a eles também lhes tinham dado um "bom tratamento" mas não tanto como o meu. Fui metido, a seguir, numa Chaimite e levado para Caxias onde cheguei já pelas 01.00 ou 02.00 do dia 19/5/75. Chegado a Caxias o capitão tenente XAVIER, e o qual conhecia da Guiné, tratou-me com termos ordinários e obscenos e mandou-me levar para uma cela, apesar de ver o estado em que me encontrava e de me ter queixado e afirmado que necessitava ser assistido clinicamente. Só no dia 21/5/75 e depois de muito insistir com pedidos ao oficial de serviço, aspirante de Marinha, FERNANDES, fui levado à enfermaria de Caxias onde me fizeram os primeiros tratamentos, mas quando era necessário ser radiografado faziam-no sempre às zonas do corpo que não eram aquelas de que me queixava.
Permaneci 150 dias em Caxias e só quando fui libertado e colocado com residência fixa consegui ser tratado convenientemente e soube ter tido fractura de duas costelas e da coluna.
Alpoim Calvão («De Conakry ao MDLP - dossier secreto).
Em Portugal traidores houve algumas vezes, e depois do 25 de Abril revelaram-se, multiplicaram-se como cogumelos, na verdade não houve revolução alguma, o que aconteceu revestiu-se da maior traição da nossa história, e por isso mesmo tentam ou tentaram eliminar da mesma os nossos heróis, galeria da qual faz parte Marcelino da Mata.
"Ditosa Pátria que tal filho teve."
Descanse em paz, a merecida paz, um homem que cumpriu, como ser humano e como português, um homem que deixa saudade, um exemplo de entrega, um exemplo de coragem, um exemplo de entrega à sua pátria.
Até sempre.
"Se servistes à pátria, que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis, ela o que costuma.“
Padre António Vieira
Alexandre Sarmento
... AO TEN. COR. MARCELINO DA MATA PRESTO, COM MUITO RESPEITO R ADMIRAÇÃO, A MINHA CONTINÊNCIA !!! AOS SUÍNOS DO RALIS DE 75, O MEU MAIS PROFUNDO ESCARRO DE DESPREZO E ÓDIO !!!
ResponderEliminarAo Ten.Coronel Marcelino Da Mata presto a minha homenagem como grande Portugues que é, acima dos bastardos que o atacaram covardemente!!!
ResponderEliminarGlória ÇP*taria que tal filho Tem!!Mama Sume|||
150 dias são 5 meses, ou seja de Maio a Outubro.
ResponderEliminarNo dia 25 de Novembro esses merdosos deveriam ter levado um tratamento idêntico e, posteriormente um balazio nos olhos.
Marcelino da Mata é um herói Nacional, mas não entendo em 2021 desenterrar uma História que deveria ter sido resolvida há 44 anos.
Quero uma Pátria unida, seria bom termos padrões mais elevados.
Eu inspiro-me em Jesus Cristo, Ghandi e Nelson Mandela.
Desenterrar o Machado, passados 44 anos não nos leva a lado nenhum.
A Imprensa e as Televisões Portuguesas, hemudeceram de vergonha ou foi por cobardia, perante a morte de um Grande Português, que incomodou e incomodará para sempre os tais "revolucionários criminosos" do PREC?
ResponderEliminarQue vergonha, miseraveis sem respeito por quem tanto deu ao pais,que este heroi descanse em paz.
ResponderEliminarMarecelino da Mata faleceu esta semana... este post e' de 27 de Agosto de 2020... o que me esta' a escapar ?
ResponderEliminarNão está a escapar nada, apenas foi actualizado!!!
EliminarGrande 25 de abril....
ResponderEliminarQue os porcos dessta vil traicao
ResponderEliminarQue os porcos dessta vil traicao
ResponderEliminarNão percebo como esses criminosos, nunca foram julgados!? São criminosos, covardes e traidores, que deveriam ser julgados e incriminados.
ResponderEliminarNao compreendo como os comandos, sabendo desse crime cruel, nao rebentaram com esses miseraveis, e ainda ha povinho que lambe as botas a esse velho miseravel, quequetico , que se diz lutar pelo direito dos trabalhafores, e uma mumia paralizante, Deus mos livre se o pais tivesse caido nas maos desses miseraveis, em pouco tempo que la estiveram, destruiram toda a nossa riquesa, miseraveis.
ResponderEliminarGostei de saber que os " revolucionários" de esquerda afinal são racistas e usam os mesmos métodos da PIDE...
ResponderEliminarO covardes e ladroes corruptos do passado Sao os mesmo de hoje saqueadores e bandilhoes de um Pais Portugal em seculos de historia foi gerido por um bando de traidores assassinato do Rei para reinar uma republica de corruptos e ladroes uns assassinos comunas
ResponderEliminarOs chamados heróis de Abril também vão desaparecendo duraram demasiado tempo paz ao verdadeiro combatente que muito se prejudicou por lealdade ao país e aos camaradas.
ResponderEliminarA minha maior homenagem ao herói Nacional,tenente coronel Marcelino da Mata.Deus lhe de a Paz que os cobardes na terra lha tiraram ..!!!
ResponderEliminarIsabel do Carmo e seu marido Carlos Antunes e outros Esquerdistas Radicais, que mal trataram Portugueses, o General Marcelino da Mata, quando o meteram na Prisão de Caxias, foi torturado e teve que fugir para Espanha. COMUNISTAS? Esquerdistas/ Comunistas, querem impor a ditadura em Portugal, são a minoria e tem sonhos TENEBROSOS. ACORDEM PORTUGUESES
ResponderEliminarHonra a um dos Heróis nacionais que tendo nascido na Guiné se limitou a cumprir o dever que todos os Combatentes tinham. Ele não serviu à espera de promoções, nem de comissões, nem de galardões. Serviu os senhores da guerra que nos traíram. Se houve Portugueses leais, fiéis a Causa
ResponderEliminarNacional para que foram mobilizados, Marcelino da Mata foi dos mais fiéis
ao ideal que o convocou. Se houve traidores foram outros que traíram o juramento, deram por lá uns passeios, foram promovidos à pressa, amealharam distinções, promoções e, sob o poder dos canhões, correram com milhões, que nunca mais recuperaram.
Fui um desses e nunca pude fazer continência a esse Herói Nacional porque nunca o conheci. Mas sou da sua idade, pertenci à sua geração e espero que no próximo 10 de Junho - que é o dia da Raça - O PR condecore esse Luso-africano. Não sou racista, não sou xenófobo, não sou do chega que respeito porque é tão legítimo como o BE,O PAN, o livre e todos os outros. João Fonte
"Verdadeiros Heróis como o Tenente Coronel Marcelino da Mata nunca morrem , tornam-se lendas !»" !!!
ResponderEliminarApenas hoje li o que aqui está exposto. Tive na altura conhecimento da situação mas nunca com os " horrores " que aqui são referidos e nos quais acredito pois também sei que muitos dos documentos de situações semelhantes estão desaparecidos ou guardados secretamente. A verdade nunca se virá a saber sobre muita coisa.
ResponderEliminarPara terminar deixo aqui uma questão : " ALGUÉM VIU QUALQUER COMENTÁRIO SOBRE ESTE ASSUNTO OU CRITICAS SOBRE O MESMO EMANADAS DO PRINCIPAL TRAIDOR NACIONAL QUE VIVEU EM ARGEL E ONDE SE GLORIFICAVA COM A MORTE DE CAMARADAS NOSSOS?"
A GALOPE, A GALOPE, À CARGA.
MORTE OU GLÓRIA !!!