«Só vivem os povos que sabem viver. E saber viver não é arrastar uma existência subalterna de país tolerado, sem mais direito a dirigir-se e a ter-se em conta de autónomo que a condescendência um tanto duvidosa dos vizinhos. É essa hoje, infelizmente, a nossa desgraçada situação. Levamos a carreira doida do abismo numa farândola de insensatos que se afundam, cantando e rindo, tal como os bailarinos macabros da lenda. Ninguém se crispa num gesto que ao menos nos salve a dignidade! Tomou-nos a moleza do invertebrado. E como invertebrados sofremos sem reacção os vexames dum destino que é já de mais para a nossa honra de homens de bem, quanto mais de cidadãos livres duma terra livre!»
António Sardinha
Sem comentários:
Enviar um comentário