A mentira que quiseram transformar em verdade, uma pseudo revolução baseada em falsidades, ocultação da verdade e sobretudo se revestiu de um monumental crime de Lesa Pátria.
«Continuamos a gramar com uma das maiores falsificações jamais empreendidas em toda a história portuguesa, no âmbito da qual se procuram omitir os mais variados e hediondos crimes, traições e depredações perpetradas em nome da liberdade e do socialismo revolucionário. Referimo-nos, obviamente, ao 25 de Abril de 1974, na sequência do qual o povo português ficou definitivamente amordaçado por poderes e organizações internacionais apostadas na instauração da Nova Ordem Mundial. A campanha, já um tanto desesperada, recebe o apoio incondicional de escolas, fundações, universidades e de quase todos os meios de comunicação de massas em que se perpetua a enormidade vil e falaciosa de que devemos aos "capitães de Abril" a suposta liberdade e a nominal democracia que não vemos em lado nenhum.
Querem-nos, pois, fazer crer que a revolução comunista de 74 nem sequer chegou ao ponto de derramar sangue, salvo um ou outro episódio esporádico. E perante esta manobra de desinformação sustentada por praticamente toda a classe jornalística, política e universitária, fazem vista grossa das centenas de milhares de mortos em Angola, Moçambique e na Guiné Portuguesa, de que - verdade se diga - os tais capitães são tão criminosamente responsáveis que só um Tribunal de Guerra poderia ter feito justiça perante a barbárie e a selvajaria para as quais tão zelosamente contribuíram. Aliás, não há nada como ler a seguinte passagem sobre o primeiro êxodo na Província Ultramarina de Angola:
"Desde 4 de Fevereiro de 1961, a guerra em Angola causara 3 423 mortos - menos de metade dos quais em combate e, entre estes, a maioria por rebentamento de minas. Mas entre Maio e Agosto de 1974, morreram mais soldados portugueses do que durante todo o ano de 1973" (in Alexandra Marques, Segredos da Descolonização de Angola, D. Quixote, p. 49).
Ou pior ainda:
"(...) À Rádio Voz do Zaire [o] conselheiro da Revolução [Vítor Alves] referiu que 'o número de vítimas provocado desde Março pela violência em Angola já era superior ao causado pela guerra colonial naquela ex-colónia'. Ferreira de Macedo falara em 2.000 a 3.000 mortos, mas ter morrido durante três meses mais gente do que em 14 anos de guerra colonial era um termo de comparação pouco lisonjeiro para os nacionalistas" (ibidem, p. 320).
Segue-se ainda outro passo referente a Luanda:
"(...) Depois dos seus domínios serem invadidos por indivíduos armados à procura de armas, de serem despejados à força das suas casas, de serem ameaçados, agredidos ou mortos, no dia seguinte (1 de Maio de 1975) centenas de brancos protestaram junto ao Palácio, exigindo meios para deixar Angola. A multidão insultou a tropa por não os proteger: Derrubaram o gradeamento e os portões mas foram travados na porta pelo PM. [...] Queriam ir embora de Angola e gritavam: 'Estamos a ser mortos. Estão a violar as nossas mulheres'" (ibidem, p. 303).
Por fim, fiquemos com mais este passo de contornos dantescos e apocalípticos entre os demais:
"(...) Malange tornara-se um imenso cemitério a céu aberto: 'Milhares de pessoas mortas, na sua maioria africanos, que estavam ainda insepultas quando se abandonou a cidade. O Batalhão apenas conseguiu enterrar numa vala comum com cerca de 100 metros, cobrir de cal viva ou queimar no local onde se encontravam, umas escassas centenas de mortos'" (ibidem, p. 388).
De resto, e a par da impunidade relativa a todos os agentes criminosos implicados no 25 de Abril de 1974, o subterfúgio ardiloso mas rotundamente perverso e idiota tem passado pelo seguinte: a culpa é toda do ditador que não soube negociar, entregar ou vender a tempo o Ultramar Português. Pois claro: se Salazar, perante uma ofensiva mundial com vista a expulsar os Portugueses de África, enveredasse por um tal caminho, seria então fácil - e com razão - dizer que todo e qualquer descalabro tinha sido responsabilidade sua. Mas como o não fez, ou como, no seu zelo pelas populações de Além-Mar, quis salvaguardar a segurança, a prosperidade e a vida dessas mesmas populações - e com elas Portugal -, passa a ser retroactivamente culpado pelo acto de quem realmente se comprometeu numa escalada de violência - mais que prevista e antecipada -, conducente à total destruição do que fora património nacional adquirido com muito sacrifício ao longo de inúmeras gerações.
Entretanto, a verdade continua a não ter pressa. Mas, como tudo na vida, virá sempre ao de cima. É apenas uma questão de tempo».
Não há Reorganização Possível Das Forças Armadas Sem Primeiro Haver Uma Mudança de Regime:
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