"Em Portugal, a venda de coca-cola esteve proibida, em virtude do seu possível risco para a saúde, até Janeiro de 1977, quando a interdição foi levantada, com naturalidade, pouco depois de a Administração americana negar um empréstimo de 300 milhões de dólares que o Governo português necessitava com urgência. A 4 de Janeiro de 1977 surgia o seguinte artigo no Wall Street Journal.
O Governo português esperou ansiosamente durante semanas a confirmação de que Washington deferira o seu pedido de um empréstimo de emergência de 300 milhões de dólares e o dinheiro se achava a caminho. O empréstimo, finalmente concedido no último fim-de-semana, era aguardado há algum tempo. Os responsáveis do Tesouro americano atribuíam a demora a razões exclusivamente técnicas e asseguravam, quando interrogados, que os fundos estavam prestes a chegar. Talvez não passe de coincidência, mas dá-se a circunstância de que, pouco antes da aprovação do empréstimo em causa, Portugal pôs termo ao seus cinquenta anos de proibição da coca-cola. Uma empresa mista helvético-portuguesa iniciará, dentro de menos de seis meses, o engarrafamento da bebida, que até agora tem entrado de contrabando, procedente de Espanha, á razão de cerca de 12
dólares a garrafa grande."
Charles Levinson, Vodka-Cola, Pub. Europa-América, 1977, p.240.
Sem comentários:
Enviar um comentário