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quarta-feira, 20 de maio de 2020

Um novo 28 de Maio?




Já não temos homens para um novo "28 de Maio", sosseguem, não vale a pena assustarem-se em vão, já não temos tropa e, sobretudo, já não temos elites. 
Os media, que se substituiram às elites, dão geralmente ao povo aquilo que o povo quer que lhe dêem,  pão e circo, embora o primeiro já não abunde e pelo que podemos constatar num futuro não muito distante vai mesmo ser um bem bastante raro por motivos que há muito deveriam ser de todos conhecidos. 

Há 94 anos este povo, quando ainda havia espírito de Nação, seguiu os militares a partir de Braga porque havia um "divórcio" entre a ditadura da República, citadina, pequeno-burguesa e praticamente limitada a Lisboa, e o resto do país, pois já na altura, e infelizmente, Portugal era Lisboa e o resto era paisagem, diziam os nossos políticos e governantes, situação a que de facto regressámos depois do tempo do "glorioso fascismo" e do desaparecimento de Salazar. 



Há 94 anos começou aquilo a que chamaram ditadura, Ditadura, que no sentido vetusto se traduz no repor da ordem, moral e bons costumes, um arrumar da casa, um interlúdio entre a I República, jacobina e terrorista, e o Estado Novo do Doutor Oliveira Salazar e da Constituição de 1933, o que se traduziu na verdadeira revolução, o resgatar o país de um atraso estrutural de dois séculos, trazer Portugal e os portugueses ao século XX, foi esse o grande desafio do Estado Novo, e, na minha opinião, um desafio superado com distinção. 

A ditadura saída do 28 de Maio foi a espoleta que permitiu por um projecto aquém e além fronteiras em acção, dar o salto que faltava, implementando uma grande melhoria a todos os nível, sublinhando a grande evolução na educação, na saúde, apoios sociais e o desenvolvimento mais igualitário deste nosso Portugal profundo, através de várias iniciativas, Planos de Fomento, Junta de Colonização Interna, Plano dos Centenários e não esquecer o cabal cumprimento e aproveitamento dos apoios do Plano Marshall, quem não conhece as grandes barragens do Estado Novo, umas para apoio agrícola e outras de aproveitamento hidro-eléctrico, não podendo esquecer aquelas que ainda hoje são as instalações hospitalares de referência neste país, por muito que custe a muito boa gente, esta é a mais pura verdade, tudo obra do Estado Novo parido pela tal Ditadura!!!


Infelizmente, Portugal flutua à sombra de si próprio, e quando começa a não haver desculpas para "este" regime, quando as liberdades e algum do conforto material e direitos começar a ficar ameaçados, quando o Estado Social, o verdadeiro, o instituído por Salazar está em risco, quando vemos destruir as conquistas do nosso passado e atentar contra a nossa identidade, contra a nossa história, contra aquilo que nos define, pergunto, em que povo nos tornámos, que país é este, o que é feito da Nação portuguesa, o que é feito do sangue daqueles que um dia partiram nas caravelas???

O 28 de Maio de 1926 é uma data ainda à espera de ver os seus mistérios desvendados e bem explicada à sociedade em geral a razão de seu sucesso…


«As Pátrias só morrem quando querem morrer ou quando o seu escol, por erro, por negligência ou por cobardia, não está à altura das suas responsabilidades».


Henrique Veiga de Macedo

Alexandre Sarmento


3 comentários:

  1. Importa ainda dizer que a I República começou em 1834, logo após a Capitulação de Évora-Monte, que decretou o fim da monarquia e implantação definitiva da democracia parlamentar representativa. Em 1910 a única coisa que mudou, foi deixarmos de ter um presidente de república VITALÍCIO e HEREDITÁRIO e passarmos a ter um outro eleito de 5 em 5 anos. Acabou-se a República Coroada, iniciou-se a República Electiva. A democracia, essa manter-se-ia inalterada até ao Golpe de 28 de Maio de 1926. Foram 92 anos (1834-1926) a roubar, matar e escravizar o povo português. E essa situaçãp só seria alterada com o fim do parlamentarismo e o início do Estado Novo (1933-1974).
    Saudações monárquicas,
    Nuno Ramos.

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    1. Agradeço a tua brilhante explicação, a qual subscrevo na íntegra.
      Seria bom ter-te como autor de alguns dos artigos deste blog, pois nunca é demais, falar verdade sobre os meandros da nossa História, e nisso, sem dúvida és um verdadeiro conhecedor, um especialista e defensor da verdade, fica aqui endereçado o convite, pensa nisso.
      Grande abraço.
      Alexandre Sarmento

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